A Polícia Civil, por meio de um exame pericial preliminar, identificou um petisco da Bassar Pet Food com monoetilenoglicol. Conforme a instituição, em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (2), a substância não poderia estar em um produto alimentício “em nenhuma hipótese”.
A contaminação pode ter sido responsável pela morte de ao menos oito cachorros em Minas Gerais - sendo sete em Belo Horizonte e uma Piumhi, no Centro-Oeste de Minas - e pela internação de seis animais.
De acordo com a Polícia Civil, ainda há registro de casos no interior paulista, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Sergipe, sendo que há pelo menos um relato de morte em cada um deles. A instituição tem recebido dezenas de relatos de internações por parte de médicos veterinários, que serão investigados.
Nesta tarde,
Em nota, a Bassar Pet Food confirmou que a produção da fábrica está interrompida “até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos”, e reafirmou o recolhimento dos produtos conforme determinação do Mapa.
“A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação”, completou.
‘Ela está lutando pela vida’
“Ela está lutando pela vida”. O relato é da analista financeira Amanda Carmo, tutora de Malu, de 6 anos, que está internada em estado grave em uma clínica veterinária no bairro Prado, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A cachorrinha, que ingeriu petiscos Everyday, fabricados pela Bassar Pet Food, também teria sido intoxicada após consumir o produto.
Da raça shih-tzu,
Nessa quinta-feira (1ª), ela procurou a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência e entregou o pacote de petiscos, que Malu ingeriu, para serem periciados pela instituição. “Tudo indica que realmente foi o petisco, porque ela é uma cachorra muito saudável. Já fiz todos os exames dela de carrapato, leishmaniose, todas as doenças que poderiam atacar os órgãos do jeito que está. Todos deram negativos”, explicou.
Malu segue internada em estado grave e sua recuperação ainda é incerta. Bastante abalada, Amanda explicou que os rins, pâncreas e o fígado da cadela estão bastante afetados. Na quarta, ela passou por transfusão de sangue. “Ela não pode fazer hemodiálise, porque ela não resistiria. Também não pode tomar uma dosagem maior de remédio, porque ela não sobreviveria”, lamentou a tutora.
Amanda tem custeado todos os tratamentos possíveis para que Malu se recupere. Na primeira clínica, ela gastou R$ 1,5 mil, mas, somando tudo, o gasto teria alcançado R$ 10 mil.
“Malu é como se fosse da família. O gasto que eu estou tendo é absurdo. A gente estima que, em uma semana, gastamos R$ 10 mil. A minha torcida é para que ela volte pra casa e possa viver normalmente”, acrescentou.
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