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Moradores do Barreiro reclamam de novo centro de saúde: ‘bonito e ordinário’

Apesar da estrutura, pacientes reclamam que não há médicos

São 17 consultórios médicos, um odontológico e um anamnese; salas de espera, triagem, procedimentos, curativo, coleta, vacina, higienização e multiuso; farmácia; zoonoses; setores administrativos, dentre outros

O Centro de Saúde Vila Pinho, região do Barreiro em Belo Horizonte, que foi inaugurado em setembro do ano passado, já tem sido alvo de reclamações dos moradores. Isso porque muitos deles contam que voltam da unidade de saúde sem o atendimento médico, sem receita de medicamentos ou sem remédios.

Esse é o caso da doméstica Gleiciane Oliveira, de 43 anos, que insiste em marcar uma consulta no centro. “É uma boniteza. Mas não tem álcool gel e os banheiros estão sujos. Médico? Só tem um”, disse.

A unidade fica na rua Otaviano de Carvalho, 174. O centro, que promete assistência para os moradores dos bairros Novo Santa Cecília, Diamante e das vilas Pinho e Ecológica, faz parte do pacote de obras da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que prevê a reconstrução de centros de saúde, por meio de Parceria Público Privada (PPP).

Simone Alves, de 51, também reclamou da falta de médicos. “É difícil de conseguir agendar, principalmente, o com alguma especialidade. Isso está sobrecarregando os enfermeiros”, relatou.

As denúncias chegaram à associação de moradores da Vila Ecológica. “O Centro de Saúde Vila Pinho atende cerca de 20 mil moradores e não existe médico para isso. Também sofremos com a falta de medicamentos. Não temos nem o teste para Covid”, disse outro usuário.

Ele contou que a companheira estava com sintomas gripais na semana passada e buscou auxílio no novo Centro. “Ela passou mal no serviço, estava com esses sintomas do coronavírus. Por isso, trouxemos ela aqui. Mas disseram que não tinha corpo clínico. Eles deram uma folha e mandaram a gente procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)”, disse.

A Prefeitura de Belo Horizonte afirmou, por meio de nota, que por causa das rescisões de contratos, há vagas em aberto na unidade e para garantir a assistência aos usuários estão sendo priorizados os atendimentos de casos agudos os graves, além de renovação de receitas médicas.

O município afirma ainda que tem trabalhado para recompor as equipes, mantendo ativo um banco de currículos para contratação imediata de médicos. Os interessados devem acessar o portal da prefeitura para fazer o cadastro.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.