A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou que Bárbara Victória, de 10 anos, foi estuprada antes de ser morta por Paulo Sérgio de Oliveira, de 50 anos. A entidade esclareceu o andamento das investigações em entrevista coletiva nesta quarta-feira (10) em Belo Horizonte.
“O resultado do DNA foi concluído nessa terça (9), e parte do material coincidiu com o perfil fornecido por Paulo”, explicou o delegado Fábio Moraes Werneck, responsável pela investigação. Segundo ele, além de estuprada, Bárbara foi asfixiada. O local exato do crime, entretanto, ainda não foi determinado.
“Ela tinha uma corda amarrada no pescoço, e outra presa ao corpo, que ainda vamos apurar, mas supomos que seja para mantê-la na posição fetal e facilitar o transporte até o local onde foi encontrada. Tudo que temos até agora indica que ele agiu sozinho”, completou Werneck.
Como já tinha sido adiantado, dois dias antes do desaparecimento da menina, o suspeito prestou serviços elétricos na casa da família, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de BH. Entretanto, a mãe de Bárbara contou que eles não ficaram sozinhos e não tiveram contato direto. Os policiais ainda investigam como aconteceu a aproximação entre os dois.
Desaparecimento de Bárbara Victória
Conforme as investigações, Bárbara desapareceu por volta das 17h30 de domingo, dia 31 de julho. Imagens já analisadas ainda não mostram como se deu o contato entre eles. Mas, de acordo com o delegado, Paulo teria se aproveitado do momento em que a menina à padaria para cometer o crime.
As informações indicam que cerca de quatro horas após o desaparecimento ele desovou o corpo da menina em um campo de futebol próximo ao local do desaparecimento.
“Cinco anos atrás, a família da menina morava perto da casa de Paulo, e me parece que o imóvel era alugado pela família do homem. Ele também prestava serviços lá, mas não acredito que ele tenha criado esse vínculo com ela cinco anos atrás”, adicionou Werneck.
O delegado informou ainda que, a princípio, a sacola de pão encontrada na casa de Paulo não pertencia à Bárbara.
“Antes de encontrar com Paulo, Bárbara teria comprado um suco de saquinho, que não foi encontrado ainda. Além disso, ela tinha uma espécie de bolsa com o dinheiro usado na compra e com documentos da mãe, que também não foram encontrados”, detalhou.
Por que Paulo não foi preso?
Na terça-feira, 2 de julho, Paulo forneceu amostra de DNA à polícia de forma voluntária. No dia seguinte, ele foi encontrado morto na casa de uma tia, já em Belo Horizonte. O delegado Werneck foi questionado sobre os motivos de o homem não ter sido preso de forma preventiva.
“Não se sabia qual crime foi praticado ou se um crime tinha acontecido. Existem duas modalidades de prisão: mandado de prisão ou flagrante em delito, e ele não se enquadrou em nenhuma dessas”, explicou.
O possível suicídio de Paulo segue sendo investigado pela PC, que já fez diligências na casa em que ele foi encontrado. O delegado confirmou que ele deixou Ribeirão das Neves por medo de retaliações, em decorrência da grande repercussão do caso.
“A família de Paulo conta que ele estava em BH pela pressão que sofria no bairro, e não havia condição de mantê-lo lá. No dia em que foi encontrado morto, a família falou com a delegacia, e a PC estudava alternativas a isso, já que ele estava jurado de morte na região e não podia voltar para casa. Paulo tinha pouco contato com a maioria dos familiares”, disse.
A entidade confirma que a motivação do crime foi sexual, mesmo sabendo que Paulo não tinha passagens. O delegado sustenta que apesar de ele não ter sido investigado ou indiciado, pode ser que ele tenha cometido crimes desse tipo antes, mas a informação segue sendo investigada.
O que aconteceu com Bárbara Victória?
Domingo, 31 de julho
17:30 | Família denuncia o
21:30 | Investigação da Polícia Civil confirmou que Paulo Sérgio de Oliveira, 50, abandonou o corpo de Bárbara em um campo de futebol no bairro Pedra Branca, em Justinópolis, também em Ribeirão das Neves;
Segunda-feira, 1º de agosto:
Começam a circular
imagens de câmeras de segurança que mostram Bárbara andando ao lado de Paulo Sérgio; a gravação foi feita no dia do desaparecimento da criança;Na data, a Polícia Civil coleta depoimento do suspeito; ele é liberado após a oitiva por falta de provas que sustentassem a prisão dele;
Terça-feira, 2 de agosto:
Manhã |
Perícia indica que a
criança foi assassinada por asfixia ; discute-se a hipótese de abuso sexual;Paulo Sérgio, principal suspeito do crime,
aceita passar por exame de DNA com a Polícia Civil; exame é feito;
Quarta-feira, 3 de agosto:
Início da tarde |
O corpo do homem foi encontrado com uma corda no pescoço. Ele estava hospedado na casa da tia desde as primeiras suspeitas de que ele teria matado a menina.
Quinta-feira, 4 de agosto:
Quarta-feira, 10 de agosto:
Primeiras conclusões da investigação:
Perícia confirma ter encontrado
material genético do suspeito no corpo da menina Bárbara Victória;Paulo Sérgio é confirmado como autor do crime;
Delegado confirma que Bárbara foi estuprada e morta por asfixia.