Durante a nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), agentes da Polícia Federal apreenderam bens de luxo como uma Ferrari F8-Tributo, avaliada em mais de R$ 4 milhões. Além disso, também foram encontrados pela PF uma réplica de uma McLaren usado por Ayrton Senna, em 1993, na Fórmula 1, além de relógios, dinheiro em espécie e dezenas de obras de arte.
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Os veículos foram apreendidos com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como lobista e facilitador do esquema. Além da prisão, ele também foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência em uma região nobre de Brasília.
O outro alvo da operação foi empresário Maurício Camisotti, suspeito de atuar como sócio oculto de uma das entidades envolvidas. As prisões foram autorizadas pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal.
Segundo as investigações, entidades e associações que ofereciam serviços a aposentados cadastravam beneficiários sem autorização, usando assinaturas falsas, para descontar mensalidades diretamente dos pagamentos feitos pelo INSS. Entre 2023 e 2024, Antunes teria transferido R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do instituto. No total, empresas associadas a ele movimentaram mais de R$ 50 milhões em recursos desviados.
Camisotti foi preso em São Paulo, onde também ocorreram buscas na casa e no escritório do advogado Nelson Willians, suspeito de realizar transações financeiras com investigados. No endereço, os agentes encontraram quadros, esculturas e objetos de alto valor.
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O que dizem as defesas
A defesa de Nelson Willians afirmou que ele tem colaborado integralmente com as autoridades e que a relação com um dos investigados é estritamente profissional, ligada à compra de um terreno vizinho à sua residência. Ressaltou ainda que a medida é de caráter investigativo, sem atribuição de culpa.
Já os advogados de Camisotti alegaram que não há motivos que justifiquem a prisão e classificaram a ação da PF como arbitrária. Afirmaram ainda que irão adotar medidas legais para reverter a decisão.