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Tribunal internacional julga Brasil por morte de 96 bebês em maternidade em Cabo Frio

Casos aconteceram entre 1996 e 1997 na região dos Lagos do Rio de Janeiro; médicos foram absolvidos pela Justiça brasileira

Corte internacional julga Brasil por morte de 96 bebês em maternidade em Cabo Frio

A Corte Interamericana de Direitos Humanos julga, nesta sexta-feira (26), um caso ocorrido há quase 30 anos em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, em que pelo menos 96 bebês morreram em uma clínica neonatal do município.

A Audiência ocorrerá em Assunção, capital do Paraguai, e será a primeira vez em que um estado brasileiro será julgado pela corte, que poderá responsabilizar o Brasil por violações sistemáticas ao direito à saúde de recém-nascidos e pela dor de suas famílias.

O caso ocorreu entre 1996 e 1997 quando recém-nascidos morreram na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Clínica Pediátrica da Região dos Lagos, uma unidade de saúde privada, mas que recebia recursos do SUS (Sistema Único de Saúde).

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Segundo a denúncia, recebida em janeiro de 2000 pela corte, bebês contraíram infecções hospitalares na clínica devido às más condições de higiene do local e práticas sanitárias inadequadas.

Os pais das vítimas afirmaram que os profissionais de saúde da unidade não usavam luvas nem lavavam as mãos antes de tocar nas crianças. A denúncia também apontou falta de higiene com os aventais.

Na época, os responsáveis pela clínica e profissionais de saúde foram julgados por negligência médica. No entanto, todos foram absolvidos, em 2003, da acusação de homicídio culposo.

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.