Justiça do RS autoriza ex-sócio da Boate Kiss a cumprir pena em regime aberto

Em outubro deste ano, Elissandro Spohr havia recebido autorização para saídas temporárias; agora ele cumpre pena em regime aberto com uso de tornozeleira eletrônica

Incêndio na boate Kiss

A Justiça do Rio Grande do Sul informou nesta quarta-feira (17) que Elissandro Spohr, um dos sócios da Boate Kiss, cumpra pena em regime aberto com uso de tornozeleira eletrônica. Elissandro é um dos quatro réus condenados pelo incêndio de 2013 que matou 242 pessoas em Santa Maria, na Região Central do estado.

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Em outubro deste ano, Elissandro Spohr havia recebido autorização para saídas temporárias, restritas ao trabalho, com retorno obrigatório à unidade prisional. Agora, a Justiça do Rio Grande do Sul autorizou a progressão para o regime aberto, o que permite que ele cumpra a pena fora do sistema prisional, sob fiscalização por meio de monitoramento eletrônico, sem a necessidade de recolhimento diário à prisão.

Os demais réus Mauro Londero Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão cumprem pena no regime semiaberto.

Penas reduzidas

No julgamento que aconteceu em 26 de agosto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) decidiu, por unanimidade, diminuir a pena dos quatro, mas manteve a condenação e a prisão dos acusados.

Na ocasião, as defesas alegaram inocência dos réus, pediram a diminuição das penas e a nulidade do tribunal do júri, com a marcação de um novo julgamento.

A relatora, desembargadora Rosane Wanner da Silva Bordasch, aceitou parte dos pedidos da defesa. Com isso, as penas dos sócios da boate, Elissandro Spohr (de 22 anos e 6 meses ) e Mauro Hoffmann (19 anos e 6 meses), foram reduzidas para 12 anos de reclusão.

Já os réus Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da banda “Gurizada Fandangueira”, que se apresentavam no dia da tragédia, tiveram as penas ajustadas de 18 para 11 anos de prisão.

Relembre o caso

A maioria das vítimas do incêndio na Boate Kiss morreu por asfixia após inalar a fumaça tóxica gerada quando o fogo atingiu a espuma que revestia o teto do palco, onde a banda dos músicos se apresentava. Um artefato pirotécnico usado por um dos membros da banda teria dado início ao fogo.

Centenas de pessoas ficaram desesperadas e começaram a correr em busca de uma saída. Segundo bombeiros que fizeram o primeiro atendimento da ocorrência, muitas vítimas tentaram escapar pelo banheiro do estabelecimento e acabaram morrendo.

Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.

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