A indignação das vítimas e familiares do
A intoxicação por dietilenoglicol, substância identificada nas investigações,
Eliana Reis Faria, de 63 anos, perdeu o marido após mais de 500 dias de internação e diz que a sensação é de impunidade."Inocentá-los de tudo o que aconteceu, diante de tudo que eu presenciei com o meu marido, cego numa UTI, dói muito. Ver que eles não vão ser responsabilizados é revoltante” lamentou ela.
Em entrevista à Itatiaia, a idosa afirmou que a cervejaria interrompeu o repasse de valores que vinha fazendo após um processo cível. “A Baker estava pagando uma quantia e, depois daquele processo, simplesmente parou de pagar. Eu quero muito que eles sobrevivam, que haja uma maneira de obrigá-los a não pedir falência. As vítimas precisam de auxílio”, reforçou.
O aposentado Humberto Fernandes Melo, de 70 anos, também foi contaminado. Ele perdeu 60% da função renal e enfrenta sequelas neurológicas e faciais. “Para mim, eles davam uma ajuda de custo de R$ 4.500, mas já faz seis meses que não estão pagando. A indenização não tem nenhuma perspectiva, porque a empresa está em recuperação judicial e a lei permite que ela administre isso da forma que quiser”, explicou.
Humberto contou também que segue com acompanhamento médico, fisioterapia e fonoaudiologia para amenizar os efeitos da contaminação. “Mudou completamente o meu modo de vida” afirmou.
O autônomo Vanderlei de Paula Oliveira, de 43 anos, que também foi contaminado e chegou a passar por um transplante, lamentou a decisão da Justiça. “Existe um crime, existem as vítimas, mas não há culpados. É muito difícil receber essa notícia sem um resultado prático”, desabafou.
A Itatiaia entrou em contato com a Cervejaria Três Lobos, responsável pela marca Backer, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.