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‘Soco e chute na virilha’: o que diz o B.O que acusa Juliano Lopes de agredir policial

Presidente da Câmara de Belo Horizonte tentou intervir em uma abordagem policial durante uma festa de aniversário; vereador nega agressões

Juliano Lopes teria dado um empurrão e dois socos em um policial militar

O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Podemos), foi acusado de agredir um policial militar na noite desse sábado (25), durante abordagem a um autor de desacato. Segundo o boletim de ocorrência (B.O) obtido pela Itatiaia, o suspeito teria entrado em um condomínio no bairro Itapoã, na Região da Pampulha, para evitar ser preso em flagrante quando o vereador interveio na confusão.

O registro policial afirma que Juliano Lopes desferiu um empurrão no peito do sargento Vinicius Queiroz e disse: “não vai prender, não vai prender”. “Logo em seguida ele deu dois socos no rosto do militar. Diante da agressão sofrida, ainda segundo o relato, Queiroz reagiu ao soco dando um chute na virilha de Juliano. Na sequência, o militar deu voz de prisão por agressão”, relata trecho do boletim de ocorrência.

Por sua vez, o presidente da Câmara, representado por um advogado, afirmou que foi surpreendido com a polícia “invadindo” as duas portarias do prédio e chegando até ao salão de festas. De acordo com Juliano Lopes, o proprietário de um dos apartamentos comemorava o aniversário quando a polícia tentou retirá-lo do local “de forma truculenta”.

“Juliano Lopes afirma que tentou apaziguar a forma truculenta e agressiva que o policial Queiroz estava retirando o proprietário Washington. Logo em seguida, Juliano Lopes ressalta que foi atingido por uma joelhada na região pubiana. Diante do contexto, se apresenta como vítima do fato e não autor”, registra o boletim de ocorrência.

O vereador nega as agressões e afirma que em nenhum momento agrediu fisicamente o policial, e que as acusações serão desmentidas pelas imagens do circuito interno de câmeras do prédio.

A Itatiaia procurou o vereador Juliano Lopes para se manifestar. Sua assessoria afirma que está apurando todas as informações antes de se posicionar. O espaço segue aberto.

Entenda como a confusão começou

A confusão começou com a abordagem policial a um homem que apresentava sinais de embriaguez. De acordo com outro registro policial, militares do 13º Batalhão abordaram um homem que dirigia um carro e apresentava “olhos avermelhados”.

Em determinado momento, Washington Luiz Leite Lana, de 33 anos (assessor jurídico parlamentar), se apresentou como amigo do motorista e advogado público, e teria confrontado os policiais, alegando que a medida era indevida. O B.O relata que ele disse que entraria em contato com o comandante do batalhão e tentou convencer os militares a não adotarem providências.

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Após discutir com os PMs, Washington exaltou-se e teria desacatado um dos sargentos que estavam no local, e por isso recebeu voz de prisão. O advogado entrou em um condomínio para não ser detido, mas os policiais o seguiram até o hall de entrada

Nesse momento, diversas pessoas que participavam de uma festa de aniversário passaram a interferir na ocorrência e tentaram impedir a prisão, incluindo Juliano Lopes, iniciando uma confusão generalizada.

A reportagem também procurou Washington Luiz, mas não houve retorno. A Itatiaia também procurou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.