A Polícia Civil (PC) investiga o caso do assassinato da esteticista
O espancamento aconteceu quando Alice deixava o bar para ir embora para casa e só parou com a intervenção de um motociclista que passava pelo local. Ela chegou a ser socorrida, mas faleceu em decorrência dos ferimentos.
Mesmo com a brutalidade das agressões, o caso repercutiu nacionalmente somente na última semana, quando,
A Itatiaia aponta, agora,
Alice foi perseguida, intimidada e agredida por suposta dívida de R$ 22
Em coletiva, a delegada do Núcleo de Feminicídio do DHPP, Iara França, informou que o caso passou a ser investigado como homicídio e feminicídio, após a morte de Alice por complicações das agressões.
A
Após consumir bebida alcoólica, levantou-se e foi embora,
Mesmo assim, dois funcionários decidiram persegui-la. Também foi revelado que Alice havia pedido um carro de aplicativo e informado ao pai que estava indo para casa, antes de sofrer as agressões.
A Itatiaia obteve acesso a um
Em áudio, Alice alegou ter pago a conta
A PC apontou que em um áudio ao qual a investigação teve acesso, Alice afirma ter pago a conta no valor de R$ 22.
“Em um áudio, é possível ouvir Alice dizendo que já havia pago os R$ 22”, explicou a delegada Iara França. Porém, naquele dia, os homens a alcançaram em um ponto mais isolado e iniciaram as agressões.
Suspeitos foram identificados pela Polícia Civil (PC)
Dois funcionários do bar “Rei do Pastel”, onde Alice estava antes de ter sido espancada, são os principais suspeitos de terem cometido o crime brutal. Eles já foram identificados pela polícia.
“Medidas cautelares foram solicitadas. Se tem interceptação telefônica, se tem mandado de busca, se tem prisão, obviamente a gente não vai falar porque esses indivíduos estão em liberdade”, explicou o delegado Thiago Machado,
PC trabalha para que suspeitos se entreguem
A Polícia Civil trabalha para que
“Existem algumas tratativas de apresentação desses indivíduos aqui, mas não foi nada ajustado nem marcado”, destacou Machado.
Motociclista evitou morte no local
Alice Alves foi perseguida, intimidada, brutalmente espancada e
“Fato é que ela foi intimidada, agredida e essas agressões somente cessaram, ela só não foi morta ali naquele momento porque um motoqueiro parou, interviu na situação. Ele foi ameaçado por um desses agressores, mas, mesmo assim, permaneceu e acionou o Samu. Uma outra testemunha, é um local muito movimentado, (também) acionou o Samu e a Polícia Militar”, disse Iara.
Rei do Pastel se manifestou
O bar “Rei do Pastel” se manifestou nas redes sociais pela primeira vez, nesta sexta-feira (14), através do perfil @reidopasteloficial, no Instagram.
Lesões graves
Segundo as investigações, no dia da agressão, Alice foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e liberada. Em casa, ela continuou sentindo fortes dores e voltou a procurar ajuda no dia 26 de outubro, em um hospital particular de Contagem, na Grande BH. Exames apontaram costelas quebradas e outras lesões graves.
A polícia também revelou que, com o passar dos dias, o estado de saúde de Alice piorou. Ela perdeu cerca de 10 kg, teve dificuldade para se alimentar e sentia dores intensas.
No dia 8 de novembro, uma nova internação identificou uma perfuração no intestino, causada pelas agressões. Alice morreu pouco dias depois, em um hospital particular de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Medo de registrar Boletim de Ocorrência
Ainda conforme a delegada responsável pelo caso, Alice só conseguiu registrar o Boletim de Ocorrência no dia 5 de novembro, acompanhada do pai.
“Ela (Alice), mediante essa vergonha, mediante o medo de não ser devidamente acolhida pelas instituições, e é um local (pastelaria) que ela já frequentava, que esses funcionários já conheciam, ela não descreve exatamente como são esses funcionários”, explicou.
Vítima de preconceito
Segundo a PC, Alice era conhecida na região onde foi assassinada e relatava sofrer olhares preconceituosos.
“Ela conhecia as pessoas ali, e ela já havia revelado que ela sentia um certo preconceito de algumas pessoas, alguns olhares maldosos, alguns olhares preconceituosos”, reveloua delegada Iara França.
PC investiga Transfobia
Segundo a delegada Iara França,
“Estamos investigando se os autores agrediram Alice de forma mais abrupta por ela ser uma mulher trans. É possível que, se fosse uma mulher cisgênero, a abordagem fosse diferente”, afirmou.
Investigação segue sob sigilo
O caso foi encaminhado ao Departamento de Feminicídios no dia 10 de novembro e segue sob sigilo. A PCMG informou que medidas cautelares já foram solicitadas e cumpridas, mas não detalhou quais, já que os investigados estão em liberdade.
A corporação negou a participação de um terceiro funcionário, como chegou a circular em alguns veículos de imprensa.
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