Gari moto em BH: Renê Júnior afirma que só um ‘psicopata’ faria isso e nega ser ‘esse cara’

Em entrevista ao Domingo Espetacular desse domingo (30), suspeito afirma que não atirou e cita orientação de advogados

Renê Júnior estava algemado durante audiência

Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, voltou a negar ter matado o gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, em maio, no bairro Vista Alegre, na Região Oeste de Belo Horizonte. A entrevista foi exibida neste domingo (1º) no Domingo Espetacular, da Record.

“Eu acho que seria um psicopata. Eu não sou esse cara que falar, pô, matou e foi para academia, eu fazia isso todo dia”, disse.

A Polícia Civil e o Ministério Público afirmam que ele desceu armado do veículo, ameaçou a equipe de coleta e efetuou um disparo direcionado, e não acidental.

A acusação se apoia em laudos periciais que indicam tiro a curta distância, na trajetória do projétil, em vídeos que mostram a dinâmica da abordagem, além do depoimento da motorista do caminhão de lixo, testemunha-chave que relatou ter visto Renê apontar a arma e ouvido ameaças. A fuga do local e a ida do suspeito para a academia após o crime também foram citadas pelo MP como elementos que reforçam o dolo.

Renê afirmou que foi orientado por advogados a não detalhar o que ocorreu no dia do crime. ''Eu sei, mas eu estava com esse advogado e ele falou: ‘O que aconteceu deve ter sido um acidente com a vítima e uma bala pedida pegou na vítima’. E você foi o cara que tava passando na hora e levou o o título do negócio.’''

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Também declarou que, por orientação da defesa, limita o que pode comentar: ''Até onde eu posso dizer por causa de via do processo, né, que de orientações de meus advogados, é que eu posso admitir que aconteceu um incidente.’'

E, ao ser questionado se mentiu, afirmou: “Não, eu eu não eu não eu não falei que não estava armado. Eu falei que não ia comentar nada.”

Durante a entrevista, o suspeito negou repetidas vezes que tenha disparado contra o gari e disse ser improvável que a motorista do caminhão tenha ouvido qualquer ameaça feita por ele. Ele também afirmou já ter sofrido várias colisões com o próprio carro: “Então eu não tava incomodado. Se batesse o carro só uma porta. não a vida de uma pessoa é muito diferente.”

Audiência

Renê afirmou durante audiência nessa quarta-feira (26) que não confessou ter matado o gari, e que só admitiu o crime à polícia porque teria sido ameaçado por investigadores. A declaração foi dada no 1º Tribunal do Júri Sumariante, no bairro Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A sessão, realizada por videoconferência, durou cerca de 2h30 e terminou por volta das 11h30.

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Embora tenha falado sobre sua trajetória pessoal, o empresário não respondeu às perguntas e sustentou que jamais admitiu a autoria do disparo.

‘Acabei com a minha carreira e com a dela’

Renê também comentou a relação com a esposa, Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. Ela se tornou ré por prevaricação e foi afastada do cargo de delegada após a prisão do marido.

''Eu nem sei se eu tô casado ainda sendo sincero com você, porque de uma forma ou de outra eu acabei com a minha carreira com a dela e com uma vida, que é o mais importante”, disse. Até a data da entrevista, segundo a reportagem, ela não teria ido ao local.’

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