A conselheira tutelar que
Vídeos gravados por frequentadores do Parque Arruda Câmara, a Bica, registraram o momento em que “Vaqueirinho” acessa a jaula por uma estrutura lateral, se movimenta pelo espaço e desce até uma árvore.
Segundo conselheira tutelar Verônica Oliveira, episódios semelhantes já haviam ocorrido. “Ele uma vez foi pego já no trem de pouso de um avião que pensava ir para a África. Sorte que as câmeras viram. Ele tinha uma deficiência intelectual visível, mas só conseguiu diagnóstico quando entrou no sistema socioeducativo”, contou à coluna de Carlos Madeira, no UOL, nesse domingo (30).
A conselheira acredita que o jovem sofreu um surto e não compreendeu o risco que corria. “Ele precisava de acompanhamento de saúde mental digno, mas não teve. Todo o poder público falhou com ele, com a família.”
Caminhando sozinho à beira da estrada
A primeira vez que o Conselho Tutelar recebeu
''Quando o policial perguntou, ele disse que tinha fugido de casa em Mangabeira, onde moravam a mãe e a avó. Nós o levamos até lá, sem saber da história, e só então soubemos da verdade. Apesar de a mãe ter sido destituída, ele ainda queria ficar com ela’’.
Depois que a Justiça considerou que a mãe não tinha condições de criar os filhos, Gerson e os quatro irmãos foram destinados à adoção. Todos foram acolhidos — menos ele. “Começou ali uma saga para ele ser acolhido”, lembrou Verônica.
Ela cita um episódio marcante: ''Em 2017, ouvimos de uma coordenadora de uma instituição de acolhimento que ninguém iria adotar uma criança como ele. Esse menino foi negligenciado, privado do direito de ter uma família e de um acompanhamento digno’’, acrescentou.
O laudo
Somente em 2023, Gerson recebeu seu primeiro diagnóstico. O documento, datado de 2 de março daquele ano sugeria retardo mental associado a transtorno de conduta e recomendava assistência contínua. “Esse laudo só veio quando ele já tinha sofrido todos os horrores de violências e violações”, lamentou Verônica à coluna.
Detenções e vulnerabilidade
Ao longo da vida, Gerson foi apreendido diversas vezes por delitos leves e passou por unidades socioeducativas. “Ele gostava de estar lá, se sentia seguro e era medicado”, relatou a conselheira.
Com a maioridade, porém, os atos tiveram consequências mais graves. “Ensinaram ele a ligar motos achadas na rua. Ele pegava, andava e depois deixava na delegacia. Todo mundo aqui o conhecia e ligava pra gente, porque o caso dele era de saúde mental, não de segurança.”
Na semana anterior à morte, ele havia sido preso após tentar arrombar um caixa eletrônico e atirar pedras ao ver uma viatura. Levado ao Presídio do Roger, foi liberado no dia seguinte, após audiência de custódia, e encaminhado para tratamento psiquiátrico. O documento mais recente citava também diagnóstico de esquizofrenia.
Em nota, o Parque Zoobotânico informou que o animal receberá os cuidados necessários e, em nenhum momento, foi considerada a hipótese de eutanásia.
"É importante reforçar que em nenhum momento foi considerada a possibilidade de eutanásia. A Leona está saudável, não apresenta comportamento agressivo fora do contexto do ocorrido e não será sacrificada. O protocolo em situações como essa prevê exatamente o que está sendo feito: monitoramento, avaliação comportamental e cuidados especializados”, informou o Zoo.
Confira nota na íntegra
“A Leona, a leoa do Parque Arruda Câmara, está bem e continuará recebendo todos os cuidados necessários. Após o incidente, ela foi imediatamente avaliada pela equipe técnica e segue em observação e acompanhamento contínuo, já que passou por um nível elevado de estresse.
É importante reforçar que em nenhum momento foi considerada a possibilidade de eutanásia. A Leona está saudável, não apresenta comportamento agressivo fora do contexto do ocorrido e não será sacrificada. O protocolo em situações como essa prevê exatamente o que está sendo feito: monitoramento, avaliação comportamental e cuidados especializados.
A equipe da Bica, médicos veterinários, tratadores e técnicos está dedicada integralmente ao bem-estar da Leona, garantindo que ela fique bem, se estabilize emocionalmente e retome sua rotina com segurança.”