A Vigilância Sanitária do Município de Belo Horizonte detectou a presença do micro-organismo Clostridium perfringens — causador de intoxicação alimentar — em análise bromatológica realizada na amostra de purê misto coletada no refeitório do Hospital Júlia Kubitschek, no bairro Milionários, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte,
Na ocasião, os profissionais alegam problemas gastrointestinais, como náusea, diarreia e vômito, além de cólicas.
A contaminação fez com que o Governo de Minas notificasse, no último dia 5, a empresa “Lacerda Alimentação Ltda.” por descumprimento contratual, já que, conforme o documento, “foram constatadas irregularidades no cumprimento da referida obrigação” por parte da empresa.
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Foi citado o item do contrato que obriga a contratada a executar todo o serviço conforme legislação vigente, “evitando qualquer tipo de contaminação, seja ela física, química ou microbiológica”.
Ainda na notificação, o Governo de Minas definiu prazo de três dias para tomada de providências que sanassem as regularidades apresentadas.
A Itatiaia entrou em contato com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e com a Lacerda Alimentação Ltda. e aguarda retorno. A matéria será atualizada assim que os posicionamentos forem recebidos.
Relembre o caso
Pelo menos 110 servidores passaram mal após consumirem a comida do refeitório do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), no bairro Milionários, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Os problemas começaram a ser registrados no dia 8 de outubro. Os profissionais alegam problemas gastrointestinais, como náusea, diarreia e vômito, além de cólicas.
O número é apontado pelo Sind-Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG), o sindicato dos trabalhadores da Rede SUS. Segundo o órgão, pelo menos mais dez funcionários foram atendidos com quadro de intoxicação alimentar no hospital no dia 9 de outubro.
Laisa Alves, que trabalha no ambulatório da saúde da mulher do HJK, contou que almoçou no hospital nessa quarta e durante a noite já começou a sentir mal-estar e náuseas, o que se prolongou até a manhã de hoje. Ela reclamou, ainda, da falta de atendimento na unidade de saúde.
Sindicato denunciou más condições de alimentação
A intoxicação generalizada traz luz a outros problemas denunciados pelo Sind-Saúde/MG em relação à responsável pela alimentação do hospital. Segundo o sindicato, os funcionários alegam, por exemplo, má higienização dos utensílios.
Além disso, os servidores já apontam para uma sobrecarga no atendimento devido ao número de médicos e enfermeiros hospitalizados.
Neuza Freitas, diretora-executiva do Sind-Saúde/MG, especificou os problemas enfrentados pelos servidores no que diz respeito a alimentação do HJK.
“Nós temos problema com a alimentação no Júlia há anos. Já foram feitas diversos relatos com a imprensa. Nossos maiores problema são os vasilhames sujos, a qualidade da alimentação e, muitas das vezes, nós pedimos para trocar esses vasilhames. São bandejas, pratos, talheres muito sujos. As reclamações vêm de tempos, com todas as empresas terceirizadas praticamente”, apontou ela.