Após intoxicação de servidores, Hospital Júlia Kubitschek segue atendimento, mas com demora

Mais de 110 funcionários relataram sintomas gastrointestinais; Fhemig diz que pacientes e acompanhantes não foram afetados

Hospital Júlia Kubitschek (HJK), no bairro Milionários, Região do Barreiro, em Belo Horizonte

Após mais de 110 servidores passarem mal e parte deles ser afastada, o atendimento aos pacientes no Hospital Júlia Kubitschek (HJK), no bairro Milionários, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, teria ficado prejudicado na manhã desta sexta-feira (10).

A Itatiaia esteve no local e pôde identificar pelo menos três situações distintas: pessoas que chegam à portaria e perguntam aos vigilantes se o atendimento está normal; outras que já tinham conhecimento do episódio de intoxicação; e aquelas que aguardam atendimento e relatam certa demora.

O relato de quem está internado é de que o atendimento segue normal. A alimentação dos pacientes e acompanhantes está sendo fornecida e consumida, sem registros de novos problemas relacionados.

Mais cedo, Sandro Dutra, de 50 anos, aguardava atendimento após levar o genro, de 42 anos, com suspeita de cólica renal. “Pelo jeito não tá atendendo ninguém, não. Estacionei o carro ali, mas vou voltar porque, senão, tenho que procurar outro lugar”, disse.

Outra paciente afirmou que, apesar da espera, o atendimento ocorre normalmente: “Tá normal. Todos que entram estão sendo atendidos rapidinho, graças a Deus.”

Na quinta-feira (9), a reportagem conversou com a servidora Laisa Alves, que atua no ambulatório de saúde da mulher do HJK. Ela disse não saber qual alimento pode ter causado a intoxicação, mas confirmou que problemas com a alimentação já foram relatados antes. Mais de 110 profissionais apresentaram sintomas gastrointestinais, como náusea, diarreia, vômito e cólicas.

Segundo Laisa, ela almoçou no hospital na quarta (8) e, à noite, já começou a sentir mal-estar, com náuseas que se prolongaram até a manhã seguinte. Ela ainda criticou a falta de atendimento médico dentro da própria unidade.

Sindicato denuncia más condições de alimentação

O caso de intoxicação generalizada expôs outros problemas apontados pelo Sind-Saúde/MG em relação à empresa responsável pela alimentação do hospital. De acordo com o sindicato, funcionários já vinham denunciando falhas na higienização dos utensílios.

Além disso, os servidores alertam para a sobrecarga no atendimento, já que médicos e enfermeiros também foram afetados.

O que fiz o hospital

A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela unidade, informou que acompanha a situação e vai realizar testes nos alimentos e na água para tentar identificar a origem da intoxicação. Leia nota, na íntegra, enviada nessa quinta (9):

“A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informa que, assim que foram identificados os primeiros relatos de sintomas gastrointestinais entre servidores do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), todas as medidas previstas em protocolo foram imediatamente adotadas. As equipes da Medicina do Trabalho, Segurança do Paciente e a empresa responsável pela alimentação foram prontamente acionadas. As Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal também foram notificadas e já estão conduzindo a investigação sanitária, com a coleta das amostras necessárias. Não houve relato de casos em pacientes e acompanhantes.

Até o momento, foram identificados aproximadamente 100 servidores com sintomas. Todos foram prontamente acolhidos e estão sendo acompanhados.

A Fhemig reitera seu compromisso com a segurança e o bem-estar de seus profissionais, pacientes e acompanhantes, mantendo rígidos protocolos de controle sanitário e vigilância interna. A situação está sendo monitorada de forma contínua pelas equipes técnicas da unidade.”

Leia também

Mineiro de Urucânia, na Zona da Mata. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2024), mesma instituição onde diplomou-se jornalista (2013). Na Itatiaia desde 2016, faz reportagens diversas, com destaque para Política e Cidades.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.

Ouvindo...