Um adolescente de 16 anos, suspeito de extorsão contra um técnico de internet em Graça, no interior do Ceará, foi apreendido na última quinta-feira (18). Ele é suspeito de ameaçar um técnico de internet que teria se recusado a
Segundo a Polícia Civil, a cobrança ilegal é feita por facções criminosas para autorizar a atuação de empresas em territórios sob seu domínio. Os criminosos exigem pagamentos periódicos para permitir que os provedores continuem operando normalmente. Caso o trabalhador recuse, os traficantes sabotam cabos de internet, como retaliação.
O adolescente foi localizado na zona rural do bairro Pitombeira, em Graça, e levado à Delegacia de Sobral, onde foi autuado por ato infracional análogo à extorsão e por participação em organização criminosa.
Vídeo: técnicos de internet são encontrados mortos com mãos e pés amarrados na Bahia
— Itatiaia (@itatiaia) December 18, 2025
PC investiga se os três trabalhadores foram mortos por membros de facções, que não permitem a entrada de serviços sem autorização prévia e pagamento de 'pedágio'
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Por ser menor de idade, ele não responde criminalmente como adulto, mas pode cumprir medidas socioeducativas, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Durante a ação foram apreendidos roteadores, carregadores e conectores de fibra óptica, equipamentos usados tanto para sabotagem quanto para possíveis operações irregulares de internet.
Investigação
O caso faz parte de uma investigação mais ampla no Ceará. Desde março de 2025, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mais de 84 pessoas já foram presas ou apreendidas por envolvimento em crimes contra empresas de internet.
Entre os investigados estão executores dos ataques, mandantes, donos de provedores clandestinos e integrantes de facções envolvidos também em ameaças, homicídios e tráfico de drogas.
‘Pedágio’ do CV
Técnicos de internet são mortos por facções na BA
Dois dias antes do caso, no estado da Bahia,
A principal linha de investigação é a de que a empresa de internet para a qual eles trabalhavam não teria pago a taxa exigida pela facção que controla a região.
Segundo uma reportagem do “Estadão”, publicada em novembro de 2025, especialistas e investigadores descrevem esse modelo como uma “milicialização do tráfico”.
“Em uma rua, um ou dois vão usar cocaína. Mas quantos usam internet? Todos”, explicou um policial ouvido pelo Estadão. Ao restringir a entrada de empresas externas, os criminosos transformam serviços básicos em monopólios controlados pela facção, tornando qualquer atividade econômica passível de extorsão.