Mulher arrastada na Marginal Tietê terá que passar por nova amputação; mãe desabafa

Tainara já foi submetida a quatro cirurgias e teve as duas pernas abaixo do joelho amputadas

Mulher arrastada na Marginal Tietê, em SP: motorista diz que ‘não conhecia’ a vítima

A mãe de Tainara Souza Santos, internada há quase um mês após ser atropelada e arrastada na Marginal Tietê, confirmou que a filha passará por uma nova cirurgia de amputação nesta segunda-feira (22).

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Tainara já foi submetida a quatro cirurgias após ter sido arrastada e teve as duas pernas abaixo do joelho amputadas.

Segundo Lúcia Aparecida Souza, mãe da vítima, o procedimento será realizado na altura da coxa, com o objetivo de possibilitar a reconstrução de parte dos glúteos, já que Tainara não tem mais pele suficiente para o enxerto. “Essa vai ser a cirurgia mais desafiadora”, afirmou.

Em um apelo emocionado, Lúcia pediu justiça para a filha e para outras mulheres vítimas de violência. “Peço por justiça pela minha filha Tainara e por todas as mulheres. É o apelo de uma mãe que sai do hospital todos os dias chorando, vendo a filha lutar pela vida, toda mutilada. Hoje ela está passando por mais uma amputação acima da coxa porque não tem mais pele no corpo para colocar nos glúteos”, desabafou.

Ela também cobrou mudanças na legislação e punições mais severas para os agressores. “Não entendo muito bem de lei, mas imploro não só por mim, e sim por todas as mães que perderam suas filhas. Mudem essa lei. Esses monstros cruéis precisam de uma justiça dura. Sei que isso não vai trazer as pernas da minha filha de volta, mas que a punição seja firme”, disse.

Ainda segundo a mãe, o sofrimento vivido por outras famílias se soma à dor pessoal. “A dor daquela mãe que grita por justiça é a minha dor. Quantas mulheres ainda precisam morrer?”, questionou.

Relembre o caso

Douglas Alves da Silva, de 26 anos, acusado de atropelar e arrastar Tainara na Marginal Tietê, em São Paulo, tornou-se réu por tentativas de feminicídio e homicídio. A denúncia aponta que ele agiu de forma “cruel” e por “motivo torpe” ao avançar o carro sobre a vítima.

Na ocasião, a mulher — que estava acompanhada por outro homem — foi atropelada e arrastada por mais de 1 km. Ela foi submetida a quatro cirurgias após ter sido arrastada e teve as duas pernas abaixo do joelho amputadas.

A prisão cautelar de Douglas foi mantida e, segundo a decisão, “a gravidade concreta dos fatos, o comportamento do acusado após o crime e a necessidade de proteger as vítimas e testemunhas justificam a continuidade da custódia”.

Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.

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