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Mulher espancada em elevador sofreu lesões semelhantes às de um acidente de moto sem capacete

Segundo a PC, Igor Eduardo Pereira Cabral desferir 61 socos em Juliana Garcia Soares em 34 segundos; ex-jogador de basquete está preso na Grande Natal

Mulher espancada em elevador sofreu lesões semelhantes às de um acidente de moto sem capacete, diz médico

Foram 34 segundos, do 16º andar até o térreo, para Igor Eduardo Pereira Cabral desferir 61 socos em Juliana Garcia Soares dentro de um elevador, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. Em entrevista ao Fantástico, neste domingo (3), o médico da vítima comparou as agressões a um acidente de trânsito.

"É como se ela tivesse sofrido um acidente de moto, sem capacete”, explica Kerlison Paulino, cirurgião bucomaxilofacial responsável pela cirurgia de reconstrução facial, que durou quase sete horas, realizada na última sexta-feira (1º).

Juliana sofreu três fraturas na região do olho direito e uma maior, que vai de lado a lado abaixo do nariz. Além disso, fragmentos da maçã do rosto também foram afetados. Na lateral da cabeça, ela teve uma fratura na mandíbula.

Juliana é carioca, mas vive em Natal desde pequena. Trabalha como promotora de eventos. Ela e Igor Eduardo estavam prestes a completar dois anos de relacionamento quando as agressões, que chocaram o país, aconteceram no dia 26 de julho. Igor é ex-jogador de basquete e foi preso em flagrante.

Novas imagens de segurança mostram o casal discutindo horas antes das agressões físicas. Segundo as investigações, Igor teve uma crise de ciúmes no dia, mas Juliana afirma que o relacionamento sempre foi tóxico.

“Ele desceu do 16º até o térreo me agredindo. Eu sobrevivi a isso e quero dar voz às mulheres que não tiveram. Ele sempre justificava as agressões como forma de amor. Eu sabia do histórico de violência dele — com outros homens, outras pessoas — mas nunca pensei que comigo seria assim”, declarou Juliana.

Segundo a delegada-geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, Igor deve responder por tentativa de feminicídio e outros crimes, como violência psicológica. Ela classificou o crime como uma “selvageria”.

“A única forma de interromper a violência é fazendo a denúncia. Tenham coragem, procurem a rede de acolhimento e denunciem”, reforça a delegada.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.