O primeiro e mais longo dia de provas do
Segundo o psicólogo Welder Vicente, professor de psicologia e supervisor do núcleo de apoio psicopedagógico e inclusão da Faseh, essa semana entre as provas deve ser encarada como um “período de recuperação cognitiva e emocional, não apenas de descanso passivo”.
“Após o primeiro dia, é comum que o estudante faça uma autocrítica excessiva, revendo erros ou comparando respostas. No entanto, o foco precisa mudar: a energia psíquica deve ser preservada para a segunda etapa, que demanda raciocínio lógico, concentração e estabilidade emocional”, afirmou.
O especialista afirmou que do ponto de vista psicológico, o descanso é uma “forma de investimento no desempenho”, uma vez que “favorece os processos de consolidação da memória e autorregulação emocional”.
Ele recomendou evitar revisões intensas de conteúdos já dominados e focar na manutenção da rotina, do sono e da alimentação.
“Exercícios leves, momentos de lazer, convivência social e pausas de silêncio ajudam o cérebro a reorganizar informações”, disse.
Já para estudantes com deficiência, com dificuldades de aprendizagem e outras condições específicas, esse intervalo é o momento de rever adaptações e apoios necessários, garantindo que tudo esteja ajustado para domingo.
“Em síntese: descansar não é desistir de estudar, é criar as condições neuropsicológicas para que o conhecimento acumulado possa ser acessado com tranquilidade.”, acrescentou.
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Como manter o foco?
Segundo o professor, o primeiro passo para manter o foco é organizar os dias com metas realistas, como reservar horas para revisão leve, sempre incluindo pausas de descanso e atividades prazerosas.
"É importante evitar o excesso de informações novas, que pode gerar sobrecarga cognitiva. Em vez disso, priorize a revisão estratégica, retomando exercícios e conteúdos mais recorrentes. O estudante deve cuidar da higiene do sono, manter horários regulares e reduzir o consumo de cafeína e telas antes de dormir.”, explicou.
A concentração também depende do ambiente. É recomendável estabelecer um espaço de estudo limpo e silencioso, desligar notificações e adotar técnicas de foco, como o método Pomodoro (25 minutos de estudo para 5 de pausa). Além disso, práticas de mindfulness e respiração consciente ajudam a estabilizar o pensamento e a reduzir o estresse antecipatório. O foco não é um estado permanente; é uma competência que se constrói pela alternância saudável entre concentração e relaxamento.”, completou.
Dicas
O psicólogo deu cinco dicas para o aluno relaxar e ir bem na prova. Veja:
- Respiração diafragmática – Inspire pelo nariz por quatro segundos, segure o ar por dois e expire lentamente pela boca por seis segundos. Repita por dois minutos. Esse exercício ativa o sistema parassimpático, reduzindo o ritmo cardíaco e a tensão muscular.
- Caminhadas leves ou alongamentos – Movimentar o corpo promove liberação de endorfinas, melhora a oxigenação cerebral e ajuda a regular o humor. Uma caminhada curta ao ar livre pode ser mais eficaz do que horas de estudo contínuo.
- Técnica do grounding (ou ancoragem sensorial) – Observe o ambiente ao seu redor e nomeie mentalmente cinco coisas que vê, quatro que toca, três que ouve, duas que cheira e uma que saboreia. Esse exercício ajuda a interromper pensamentos repetitivos e a trazer a mente para o presente.
- Escrita reflexiva curta – Reserve dez minutos por dia para escrever livremente sobre expectativas, medos e estratégias. A escrita ajuda a organizar pensamentos e a reduzir a ruminação mental.
- Visualização positiva – Imagine-se entrando na sala de prova com tranquilidade, resolvendo as questões com clareza e saindo satisfeito com seu desempenho. Essa técnica reforça a autoconfiança e o senso de controle interno, elementos fundamentais da autoeficácia acadêmica, conceito amplamente estudado por Albert Bandura.
Essas orientações, porém, não substituem o acompanhamento psicológico, mas reforçam a importância da saúde mental como parte da preparação acadêmica.
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