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Caso Vitória: adolescente não foi decapitada nem espancada, esclarece delegado

Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, morreu após levar três facadas e uma delas atingir a artéria aorta; polícia também descartou abuso sexual

Principal suspeito teria agido sozinho

A Polícia Civil de São Paulo esclareceu as circunstâncias da morte de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18). Segundo o delegado Fábio Cenachi, responsável pelo caso, a adolescente não foi decapitada ou espancada no momento do crime.

Vitória levou três facadas na noite em que desapareceu, dia 26 de fevereiro, não resistindo aos ferimentos. A Polícia ainda afirma que não há sinais de que a jovem tenha sido vítima de abuso sexual.

O estado em que o corpo de Vitória foi encontrado se deu devido a um estágio da decomposição. “A fase em que se encontrava o cadáver é a coliquativa, ou seja, quando os tecidos se transformam em líquido. Então, não houve decapitação, não houve espancamento, não houve nenhuma fratura. A única violência física empreendida contra ela foram as facadas. E uma delas pegou a base da artéria aorta. Portanto, houve a hemorragia traumática”, explicou o delegado.

“Pode ter havido o despregamento do couro cabeludo pela instalação da fase de liquefação, chamada fase colicoativa. Não há elementos que denunciem uma decapitação. Nem os médicos registas acreditam que tenha havido e nem ele (o autor) comenta qualquer coisa nesse sentido”, acrescentou.

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Principal suspeito confessou crime e agiu sozinho

O principal suspeito do crime, Maicol Sales dos Santos, de 27 anos, confessou o crime na noite desta segunda-feira (17). O jovem que está preso desde o dia 8 de março disse aos policiais que queria a presença de seus advogados durante um novo interrogatório.

Em coletiva, o delegado contou que os advogados o instruíram a ficar calado, mas Maicol insistiu em falar. Durante o impasse, os advogados deixaram a delegacia e o delegado chamou outro advogado para acompanhar o interrogatório. Segundo Cenachi, a lei afirma que o defensor não pode abandonar o processo sem justa causa e nem impedir a confissão do réu.

Quando o novo advogado chegou, Maicol contou sua versão dos fatos e admitiu ter matado Vitória. Ele afirmou que agiu o tempo todo sozinho, o que a Polícia Civil acredita ser verdade.

“Uma pessoa dessa não consegue trabalhar com outro psicopata. Na literatura da psicopatologia forense, os registros demonstram que somente ele poderia estar praticando esse crime. Geralmente, eles são extremamente narcisistas, extremamente egocentristas e controladores. Ele não conseguiria ter uma empatia ou uma lealdade com outro suspeito. Isso geraria um conflito entre eles. Então, na literatura criminológica, fica claro que somente ele participou desse crime”, explica o delegado.

Durante as investigações, a polícia também encontrou outras evidências de que Maicol era o verdadeiro e único assassino da adolescente. O jovem tinha fotos de Vitória no celular dele, a monitorava há mais de um ano e se dizia “apaixonado por ela”. “A gente não tem menor dúvida quanto a ele ser o autor desse crime”, comentou Cenachi.

Vitória foi morta ao sair do trabalho

Vitória Regina de Andrade, de 17 anos, saiu do trabalho em um shopping de Cajamar na noite do dia 26 de fevereiro, desapareceu e foi encontrada morta no dia 5 de março. O corpo da adolescente foi encontrado em uma área de mata na zona rural de Cajamar, a poucos quilômetros da casa onde morava.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.