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Em carta, Flordelis revela crises de pânico e AVC e pede socorro: ‘Morrendo na prisão’

Ex-deputada foi condenada a 50 anos de prisão pelo assassinato do marido em 2019; segundo o MP, dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime

Em carta, Flordelis revela crises de pânico e AVC e pede socorro: ‘Morrendo na prisão’

Uma carta foi publicada nas redes sociais da pastora e ex-deputada Flordelis, de 64 anos, condenada a 50 anos de prisão pelo assassinato do marido, onde ela pede “ajuda por estar passando por problemas de saúde”.

As fotos da carta, escrita a mão por Flordelis, têm quatro páginas e foram postadas durante a noite dessa quarta-feira (19). Ela cumpre pena há quatro anos na Penitenciária Talavera Bruce, localizada no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro. A mulher afirma, ainda, que está lutando contra a vida e por isso precisou escrever a carta.

No texto, ela começa dizendo que “fui presa por um crime que não cometi”, além de relatar que sofre de depressão, além de crises convulsivas, além de AVC e problema cardíaco grave. Em outro trecho, ela comenta que “estou me urinando toda” e que passou dez dias no isolamento e só foi retirada após desmaiar. A carta, endereçada ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, foi anexada ao seu processo de execução penal.

O advogado de Flordelis Renato Loureiro, que assinou o pedido para que ela seja tratada fora da prisão, sustenta que sua situação é crítica. “Flordelis está morrendo na prisão. Precisa sair urgentemente para se tratar com médicos particulares”, disse ele à Folha.

Em determinado momento da carta, Flordelis que foi considerada culpada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, uso de documento falso e associação criminosa armada, diz que após sofrer uma queda, precisou de atendimento sendo encaminhada para a cela das grávidas, onde ficou por um ano e meio.

“Minha saúde mental só tem piorado. Também já tive AVC e já fui tratada em um hospital de nefrologia”, relatou. A ex-deputada menciona também que, há 30 anos, sofreu uma amnésia total, porém, nunca recebeu tratamento adequado porque seu marido, o pastor Anderson do Carmo, acreditava que poderia cuidar dela sozinho.

Durante o julgamento, ela tentou usar os lapsos de memória para sensibilizar os jurados e evitar a condenação. O pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, foi morto a tiros na madrugada de 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com a família em Pendotiba, na cidade de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.

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A mulher contou também que se tornou dependente de medicamentos, mas encontrou alívio na música e em trabalhos missionários dentro do presídio.

“Quando cheguei à penitenciária, fui diagnosticada com síndrome do pânico, fobia social, depressão e crises convulsivas”, disse a ex-deputada.

Na foto, o pastor Anderson e Flordelis.

Flordelis e mais 10 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público (MP) pelo assassinato. Na época, a então parlamentar não teve sua prisão pedida por conta da imunidade parlamentar, mas ela acabou, depois, perdendo o mandato. A pastora alega ainda que precisa realizar três exames médicos com urgência: holter, ultrassonografia total do abdômen e raio-x da cabeça e do rosto.

Segundo o MP, dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime, além de uma neta e outras duas pessoas. No documento, o MP também cita que, por diversas vezes, Flordelis tentou manipular as testemunhas do processo que investiga a morte de Anderson do Carmo.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.