Os depoimentos dos policiais que haviam sido delatados por
Gritzbach foi preso em 2022, acusado de matar um líder do PCC. Em delação ao Ministério Público, o empresário contou ter uma relação conturbada com os agentes. Conforme a investigação, todos
Vinicius era conhecido como ‘perigoso’ e ‘psicopata’
Em depoimentos à Polícia Federal, os agentes presos descrevem Vinicius Gritzbach como “um cara muito astuto”, “inteligente” e “perigoso”. Um deles é Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, que se referiu a Vinicius como “mauricinho":
“Nunca conheci o Vinicius, nunca tive acesso ao Vinicius. O Vinicius sempre foi um cara mauricinho lá no bairro, ele não dava bola para qualquer pessoa”, afirmou Bombom.
O salário dele é de R$ 12 mil, como investigador especial, mas, de acordo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), houve movimentações suspeitas de R$ 34 milhões, entre 2017 e 2022, na conta de um possível laranja dele.
“Sou um cara humilde, sou um cara que trabalho, ganha um dinheirinho, faço as minhas coisas ali”, reforçou ele.
Vale destacar, que debaixo da cama do investigador, foram encontrados cerca de R$ 680 mil. Bombom disse que uma parte seria de um amigo empresário que pediu para ele guardar, e outra parte seria da sogra.
“Aquele dinheiro que tinha numa sacolinha pequena. Eu tinha pego com ele, eu nem sabia quanto que tinha”, disse Bombom, que também negou conhecer a maioria dos investigados.
Também foi encontrado pela PF, no apartamento de Bombom, uma planilha com 93 nomes de pessoas, relacionados a endereços e valores. Segundo a investigação, seria uma lista de “recolhe” - extorsão praticada por agentes públicos contra comerciantes. Entre os endereços, estão casas de prostituição e de jogos de azar.
Em nota, a defesa de Marcelo Marques diz que planilha de “recolhe” foi entregue a ele para fins de investigação policial e afirma também as acusações são infundadas e sem comprovação.
Quem também ganha salário de R$ 12 mil é o investigador Eduardo Monteiro, braço direito do delegado Fábio Baena. Em uma das conversas, ele menciona um carro de luxo. Ao ser questionado pela PF sobre concessionária, ele afirmou que está no nome da esposa.
A Polícia Civil já prendeu 26 pessoas suspeitas de envolvimento no caso Gritzbach, sendo 22 policiais. O cabo
Ao Ministério Público, Gritzbach afirmou que, quando ele foi preso, Eduardo Monteiro ligou para integrantes do PCC para “fazer um acerto”.
À PF, o policial negou a acusação e chamou Gritzbach de “criminoso articulado”, “mentiroso” e “psicopata”.
“Sou investigador de polícia há 28 anos. O Vinicius é um criminoso articulado, mentiroso e psicopata. Ele cria a história. Ele tenta desviar a investigação”, disse o investigador à PF.
Já sobre o delegado Fábio Baena, Vinicius afirmou que ele pediu R$ 30 milhões para livrá-lo da investigação por homicídio. A PF também questionou o delegado sobre uma ligação entre os dois.
Tenho que confessar que eu caí numa armadilha, doutor, mas eu fui ameaçado pelo Vinicius. Eu tinha muita preocupação. minha família estava andando de carro blindado justamente por causa disso. Ele roubou o PCC, mandou matar o PCC. O que ele faria comigo?”, alegou Baena.
Outro preso foi Rogério de Almeida Felício, chamado de Rogerinho. Segundo Gritzbach, ele roubou relógios de luxo durante a operação no apartamento dele. À PF, o policial disse que comprou réplicas. Segundo o agente, apenas um dos modelos é original, mas foi presente de um cantor sertanejo para quem fazia segurança.