O programa “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) tem se mostrado uma ferramenta crucial no combate ao déficit habitacional no Brasil, que atualmente atinge 6,2 milhões de unidades. São Paulo lidera o ranking com 1,2 milhão de unidades, seguido por Minas Gerais com 550 mil.
Segundo o economista Gilberto Braga, uma das principais dificuldades para os brasileiros adquirirem a casa própria é a entrada do financiamento, que pode variar de 20% a 40% do valor do imóvel. O “Minha Casa, Minha Vida” tem facilitado esse processo, oferecendo taxas mais vantajosas e juros subsidiados.
Leia também:
Dificuldade de atingir a população de baixa renda
O programa tem passado por melhorias significativas, com maior atenção à infraestrutura, fiscalização e acabamento das obras. No entanto, apenas 40% dos recursos são direcionados para famílias que ganham até dois salários mínimos, enquanto 60% beneficiam a classe média.
Thiago Eli, diretor-executivo comercial da MRV, destaca que o programa vem sendo aprimorado anualmente. Uma novidade é a possibilidade de estados oferecerem subsídios adicionais, facilitando o acesso de famílias de baixa renda à moradia.
Falta de mão de obra qualificada
O setor enfrenta escassez de mão de obra qualificada, levando as construtoras a investir em tecnologias inovadoras para reduzir a dependência de trabalhadores. Além disso, o aumento nos custos de materiais de construção pressiona os preços finais das unidades.
Para enfrentar esses desafios, há a possibilidade de aumentar o limite de renda do programa de R$ 8 mil para R$ 12 mil, ampliando o acesso. Outra medida discutida é a necessidade de redução das taxas de juros e dos custos dos materiais de construção para viabilizar mais empreendimentos.
A escassez de terrenos em grandes centros, como Belo Horizonte, tem levado à expansão para cidades vizinhas, o que requer um esforço conjunto entre União, estados e municípios para garantir a infraestrutura adequada.