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Viatura descaracterizada com placa adulterada esteve no local antes de delator do PCC ser executado

Veículo esteve no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) horas antes de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach ser executado, segundo revelou o Fantástico, da TV Globo

Horas antes do assassinato do empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, um carro suspeito estave no mesmo local onde o crime aconteceu. Era uma viatura descaracterizada, com a placa adulterada, segundo revelou o Fantástico, da TV Globo.

No dia do ataque, esse carro foi utilizado fora dos registros da polícia. Segundo pessoas envolvidas na investigação do caso, o agente da polícia civil Alfredo Alexander Raspa da Silva, que estava ao volante, alegou à Corregedoria que fez uso particular de um carro oficial - um bem público - para ir até o aeroporto. Ele afirma que adulterou a placa porque não queria ser descoberto, ainda de acordo com informações divulgadas pela Globo. Segundo Alfredo, ele estava de férias e foi ao aeroporto para pegar um voo para Porto Alegre, onde ficaria por dois dias.

Imagens de câmeras de vigilância do aeroporto, que estão sendo usadas para esclarecer o caso, mostraram que, às 15 horas, o carro passou pela área de desembarque do terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Na placa, logo na primeira letra, há uma adulteração grosseira: uma fita adesiva é usada para formar a letra “a”. Na verdade, a letra original é um “F” - que forma a numeração real da placa de uma viatura descaracterizada da Polícia Civil de São Paulo.

Depois de deixar o carro no estacionamento do terminal 2, Alfredo caminha, às 14h25. Esse é o local de execução de Vinícius. O voo dele partiria por volta de 15 horas, do terminal 1, que fica a três quilômetros de distância dali e onde também tem um estacionamento.

O policial disse que perdeu o voo e que, por isso, foi pra casa. O Fantástico apurou que ele ficou por horas no aeroporto e que, inclusive, foi visto no terminal 2 depois do assassinato, quando a área já estava cercada.

Cerca de 40 minutos depois do assassinato, Alfredo aparece, com um celular na mão esquerda, e caminha em direção ao local do crime. Então, começa a tirar uma série de fotos. Apesar de circular em torno do local do crime, em nenhum momento ele fez contato com os policiais que trabalhavam no caso.

A corregedoria da Polícia Civil instaurou um inquérito pra investigar o que ele fazia no aeroporto, usando uma viatura oficial de forma clandestina e com a placa adulterada.

Sobre as fotos do crime, Alfredo falou que foi por interesse profissional, já que é policial. Ele reconheceu que errou ao usar o carro para fins particulares, e afirmou que não conhece Vinícius nem tem envolvimento com o crime.

Depois dessa conversa, ele mandou mensagem dizendo que não autorizava a divulgação dos áudios do telefonema. Alfredo é policial do DEIC, o Departamento Estadual De Investigações Criminais. A viatura também é do DEIC. Trata-se do mesmo departamento onde trabalham policiais delatados por Antonio Vinícius Lopes Gritzbach

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Yuri Cavalieri é jornalista e tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou como produtor de séries e reportagens especiais do Jornal da Band. Atualmente, é correspondente da Itatiaia em São Paulo.
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