Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de fábricas clandestinas de cigarro fechadas no Brasil, de acordo com levantamento do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).
Entre 2012 e 2024, o estado registrou o fechamento de 11 unidades ilegais, ficando atrás apenas de São Paulo, com 22. Em seguida aparecem Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, ambos com 10 casos.
Confira o ranking dos estados com mais fábricas clandestinas de cigarro fechadas:
- SP (22);
- MG (11);
- RJ (10);
- RS (10);
- PE (3);
- TO (1);
- BA (1);
- GO (1);
- ES (1);
- CE (1);
- MA (1).
Mercado ilegal
O comércio ilegal de cigarros representa 32% do mercado nacional, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A pesquisa mostra que o aumento da ilegalidade está ligado diretamente à violência: cada ponto percentual de crescimento no mercado ilícito está associado a 239 homicídios, 892 casos de tráfico de drogas e 2.868 roubos de veículos por ano.
Segundo a pesquisa, o mercado ilegal de cigarros movimenta R$ 10,2 bilhões anuais, o que equivale a 7% da receita total do crime organizado.
Além disso, provoca evasão fiscal de R$ 7,2 bilhões — R$ 3,9 bilhões em tributos federais e R$ 3,3 bilhões em ICMS estadual e municipal.
Segundo o presidente do FNCP, Edson Vismona, o cenário reflete “a combinação entre a demanda constante, fragilidades na fiscalização e uma regulação restritiva, que acabam fortalecendo o mercado ilícito e financiando o crime organizado”.
De acordo com a FGV, 24% dos cigarros ilegais no país têm origem no contrabando, sobretudo do Paraguai e de fábricas clandestinas brasileiras que fabricam réplicas de marcas conhecidas para enganar o consumidor.
Outros 8% são produzidos por empresas nacionais devedoras contumazes, que operam formalmente, mas deixam de pagar tributos e vendem os produtos abaixo do preço mínimo legal.