O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recorreu de decisões da juíza Andrea Calado da Cruz durante a atuação da Operação Integration - que envolveu a investigação de famosos, como Deolane Bezerra e Gusttavo Lima. No recurso, os promotores alegaram que a magistrada cometeu abusos durante a condução da operação contra um esquema de lavagem de dinheiro e apostas.
No documento obtido pela CNN Brasil, os promotores afirmaram que ações da magistrada são influenciadas pelo o que eles classificam como “paixão pela investigação”. Para eles, as apurações deveriam ter avançado mais antes das denúncias, principalmente no que trata sobre as movimentações financeiras dos investigados.
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Em uma coletiva nesta segunda-feira (9), o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Roberto Brayner, explicou que ainda que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) tenha indicado operações atípicas dos suspeitos, elas não seriam provas suficientes para o MPPE realizar a denúncia. Nesse sentido, segundo o recurso, a juíza não teria esperado a quebra dos sigilos bancários nem as análises dos dados dos suspeitos para ‘encorpar’ a denúncia.
“Nós tínhamos uma alternativa e já tínhamos optado por ela. Desde o início, a gente tinha afirmado e reafirmado que queríamos conhecer a movimentação financeira dos investigados. A quebra bancária não se exaure com o pedido. Ela termina com a análise das informações que vão me dar condição de saber se há indícios ou não da prática de lavagem de dinheiro decorrente do jogo do bicho. Então, esse é o objetivo do recurso”, apontou Brayner.
Prisão de Gusttavo Lima e Deolane
Em setembro deste ano, a juíza Andrea Calado da Cruz decidiu pela prisão preventiva de Deolane Bezerra e Gusttavo Lima, para a investigação de um esquema de lavagem de dinheiro e de jogos ilegais. Contudo, na mesma época, o Ministério Público de Pernambuco pediu que a Polícia Civil investigasse mais a situação e apresentasse mais provas para embasar as acusações contra os suspeitos da investigação.
Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, assim que o MPPE fez o pedido, “as diligências foram solicitadas no último dia 20 de setembro e foram todas cumpridas e encaminhadas ao Ministério Público de Pernambuco em outubro”.
Desde então, o ministério público solicitou a quebra dos sigilos bancários, ainda em curso pela PC e que serão enviados ao órgão.
Andamento da Operação Integration
Na coletiva, Roberto Brayner explicou que a Operação Integration continua em curso e pediu novamente, novas diligências a Polícia Civil de Pernambuco. Ele alegou que a denúncia do Ministério de Pública somente poderá ser formalizada com elementos concretos.
*Com informações da CNN Brasil