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Aos 24 anos, PM que matou jovem em mercado de SP já acumula ao menos três mortes na carreira

Vinicius de Lima Britto, de 24 anos, entrou na Polícia Militar em janeiro de 2023; ele foi preso após ser filmado matando um jovem com 11 tiros nas costas em novembro

O policial militar Vinicius de Lima Britto, de 24 anos, preso por matar com 11 tiros nas costas um jovem que havia roubado um mercado em São Paulo, acumula ao menos três homicídios em dois anos de farda. As informações são do site O Joio e o Trigo.

Na quinta-feira (5), Britto foi preso pelo seu crime mais recente: o assassinato de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos. O jovem havia roubado embalagens de sabão de um mercado Oxxo, na Zona Sul de São Paulo, e foi morto pelo PM no estacionamento enquanto fugia.

Uma câmera de segurança flagrou o momento em que Britto, que estava à paisana, dispara uma rajada de tiros contra o jovem, que já se encontrava caído no chão.

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PM disparou 16 vezes contra dupla que tentou o assaltar

Um ano antes, em São Vicente, no litoral paulista, uma situação semelhante aconteceu. O PM estava de folga, com um grupo de amigos, quando foi abordado por dois homens em uma moto: Matheus Quintino e Davi Ferreira.

Os criminosos anunciaram o assalto para o grupo de amigos de Britto, que reagiu. O policial disparou 16 vezes contra a dupla. A perícia verificou que havia nove perfurações em um dos corpos. O caso ainda segue com a investigação em aberto.

Britto foi reprovado em teste psicológico da PM

Vinicius de Lima Britto está na corporação desde janeiro de 2023. Na primeira vez que foi aprovado nas provas do concurso, em 2021, ele acabou sendo reprovado na fase de teste psicológico e não pôde entrar na Polícia Militar. O site O Joio e o Trigo teve acesso ao laudo e divulgou o conteúdo do documento.

Segundo os psicólogos Daniela Cecília Mancini e Bráulio Roberto da Silva, Britto apresentou descontrole emocional , […] caracterizado pelos traços de emotividade, com presença de aspectos de impulsividade, evidenciando poucos recursos de controle emocional, tendendo a agir fortemente por meio de condutas instáveis e imprevisíveis, com propensão ao desequilíbrio fisiológico e psicológico, podendo agir sem tanta reflexão […]”.

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O teste psicológico de Britto ainda verificou que ele não provou ser apto a “direcionar a sua energia agressiva adequadamente” e a ter “autocontrole necessário frente às situações inesperadas, que são inerentes ao dia a dia da atividade policial-militar”.

Britto não aceitou a reprovação e entrou na Justiça contra a Polícia Militar, argumentando que a avaliação dos psicólogos era subjetiva. Ele perdeu o processo em duas instâncias e o caso acabou arquivado. No ano seguinte, em 2022, Britto prestou novamente o concurso e foi aprovado em todas as etapas.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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