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Polícia de São Paulo passa a da Bahia e é a que mais mata no Brasil

Mesmo após repercussão de casos de violência policial no estado, o governador Tarcísio de Freitas elogiou o trabalho do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite: ‘Olhe os números, você vai ver'; Polícia de SP matou 774 pessoas neste ano

A Polícia de São Paulo é a que mais matou em 2024, segundo o painel de monitoramento sobre letalidade policial do Conselho Nacional do Ministério Público. Até setembro, a polícia da Bahia era considerada a mais letal do país. A partir de outubro, a polícia paulista passou a baiana e se tornou a força com o maior número de mortes atreladas.

Até esta terça-feira (3), a polícia de São Paulo matou 774 pessoas. A maioria foi morta por policiais militares (708), seguido por policiais civis (37), Guarda Civil Metropolitana (33), e Agente Penitenciário (2). No mesmo período, a polícia da Bahia foi responsável por 727 mortes no total.

Nesta semana, a polícia de São Paulo protagonizou episódios de violência, incluindo mortes no estado. Na segunda (2), uma testemunha flagrou um policial militar arremessando um homem de uma ponte no bairro Cidade Ademar, na Zona Sul de SP. A vítima foi perseguida de Diadema, na Grande SP, até a ponte e acabou sendo jogada em um córrego durante a abordagem.

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Marcelo do Amaral, de 25 anos, caiu de uma altura de três metros. Segundo a família, o jovem caiu de cabeça e machucou o rosto. Ele foi salvo por moradores de rua que estavam embaixo da ponte.

Na terça (3), um outro caso de violência policial chamou a atenção da população. Câmeras de segurança filmaram um policial militar à paisana atirando 11 vezes contra um jovem que havia furtado embalagens de sabão de um mercado Oxxo, no bairro Jardim Prudência, na Zona Sul de São Paulo. A vítima, de 26 anos, foi morta no estacionamento enquanto deixada o supermercado.

‘Só olhar os números’, diz Tarcísio ao elogiar Derrite

Em uma declaração a jornalistas em Brasília, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) elogiou o trabalho do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Ao ser questionado se Derrite está fazendo um bom trabalho a frente da pasta, Tarcísio disse: “Olhe os números, você vai ver que está".

O governador de São Paulo também afirmou que o estado irá tomar providências contra os militares evolvidos nos casos. Tarcísio ainda convocou uma reunião com a cúpula da Pm após a repercussão dos casos.

Nas redes sociais, Derrite lamentou a conduta dos PMs envolvidos no caso do homem jogado de uma ponte em SP.

“Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”, escreveu.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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