O Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça a prisão preventiva do policial militar Vinícius de Lima Brito, de 24 anos, que matou pelas costas o jovem negro Gabriel Renan da Silva Soares em um mercado na Zona Sul da capital paulista. A execução de Gabriel, que é um jovem negro, acusado de roubar materiais de limpeza, aconteceu em 3 de novembro tendo sido registrada por uma câmera de segurança.
A Promotoria argumenta que “está provada a existência do crime e existem indícios suficientes de autoria” e ressalta que a liberdade do acusado “põe em risco a ordem pública e prejudicará a instrução processual”. Afirma ainda que o PM “praticou homicídio qualificado” e “efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa. Indicando, portanto, dolo exacerbado e brutalidade na prática do delito por ele intentado”, segundo o g1.
Segundo a Promotoria, o caso é considerado crime fútil por ter reagido de forma desproporcional ao furto de produtos de limpeza, além de o PM ter usado um meio que impossibilitou a defesa da vítima e ter colocado outras pessoas em risco, uma vez que fez os disparos na rua. O Ministério Público ainda ofereceu denúncia contra o policial. Se for aceita pela Justiça, ele se tornará réu e responderá a processo.
Imagens da câmera de segurança
Pelas imagens, Gabriel, que vestia um moletom com capuz, quando entrou no mercado, às 22h44. Em seguida, ele andou até a seção de limpeza, onde pegou produtos. Na fuga, ele escorregou na porta do estabelecimento e caiu no chão do estacionamento. O policial estava no caixa quando percebeu a ação. Vinicius sacou a arma e atirou diversas vezes pelas costas de Gabriel, que tentava fugir. O jovem morreu no chão do estacionamento. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontradas 11 perfurações pelo corpo dele.
No depoimento na delegacia, o PM disse que Gabriel estava armado e com a mão no bolso do moletom, razão pela qual ele atirou. Vinicius alegou que agiu em legítima defesa. Contudo, não é o que as imagens mostram.
PM foi reprovado em teste psicológico por descontrole emocional
O policial militar Vinícius de Lima Brito, responsável pela morte de Gabriel Renan da Silva Soares em um mercado na Zona Sul de São Paulo, foi afastado de suas funções operacionais. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o afastamento enquanto o caso está sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Informações reveladas apontam que o PM havia sido reprovado em um teste psicológico ao tentar ingressar na corporação pela primeira vez em 2021. A avaliação, realizada durante um concurso público para soldado de segunda classe, identificou problemas de sociabilidade e descontrole emocional no candidato.
Apesar da reprovação inicial, Brito conseguiu entrar na Polícia Militar no mesmo ano, após ser aprovado em um segundo concurso. Entre as duas tentativas, ele chegou a entrar com um mandado de segurança contra o resultado do primeiro teste, alegando subjetividade na análise. No entanto, a justiça negou o pedido e o processo foi extinto.