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PM que escoltava empresário executado em Guarulhos diz que correu ao ouvir tiros

Até o momento, cinco policiais militares já foram afastados da PM pela Corregedoria por suspeita de terem sido contratados para fazer a escolta ilegal do criminoso

Empresário foi executado na última sexta-feira (9)

O soldado Samuel Tillvitz da Luz, de 29 anos, um dos policiais militares contratados para escoltar o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos - morto em um ataque a tiros no aeroporto de Guarulhos, na última sexta-feira (9) - prestou depoimento na noite de segunda-feira (11) no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Segundo informações divulgadas pelo colunista Josmar Jozino, do UOL, o PM contou que correu 50 metros quando ouviu os tiros disparados em direção à vítima. Ele e Gritzbach haviam acabado de sair do terminal 2. Samuel disse que estava andando um pouco mais a frente do empresário e da namorada dele, e que quando terminou de atravessar a faixa de pedestres, ouviu os disparos.

Após o ataque, o PM correu até um barranco nas proximidades. Depois, ele subiu uma rampa e retornou por dentro do terminal 2, onde encontrou a namorada do empresário psicologicamente abalada.

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Ele disse que teve medo do que poderia acontecer com ele e decidiu pegar um táxi na parte superior do terminal. Ele e a namorada de Gritzbach foram, então, em direção à casa dela. No caminho, eles mudaram a rota e foram até a casa de um parente do empresário.

Samuel e outros quatro PMs responsáveis pela escolta de Gritzbach foram afastados da Polícia Militar. Os cinco tiveram os celulares apreendidos e são investigados pela Corregedoria por realizarem segurança extra corporação, o que não é permitido.

PM tinha viajado com Gritzbach e namorada

Samuel também contou que havia ido com Gritzbach e a namorada até São Miguel dos Milagres, no litoral de Alagoas. Segundo ele, o empresário teria ido à cidade com o objetivo de procurar imóveis para alugar para passar as festas de fim de ano com a família. O PM teria ido para escoltar a família durante a viagem, que durou sete dias.

No entanto, fontes da polícia contaram que familiares de Gritzbach teriam dito que ele havia ido a Alagoas para cobrar uma dívida de um conhecido. O empresário carregava uma bagagem com mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor no momento do crime. A vítima tinha consigo 38 itens de alto valor.

De acordo com o PM, assim que o trio chegou em São Paulo, ele foi até o guichê da companhia aérea para rever um armamento que havia sido despachado. Enquanto isso, Vinícius e a namorada foram até a esteira para pegar as bagagens. Vinte minutos depois, Samuel se reencontrou com o casal e os três seguiram para fora do terminal, momento que aconteceu a execução.

Entenda o caso

O empresário Antônio Vinicius Gritzbach foi assassinado a tiros no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, um dos maiores do país. Criminosos encapuzados saíram de um carro preto e executaram o empresário usando fuzis. Segundo o órgão, outras testemunhas estão sendo ouvidas pela Polícia Civil. Um carro, supostamente usado pelos atiradores, foi apreendido pela Polícia Militar.

A investigação também descobriu que quatro policiais militares faziam a escolta da vítima no momento do ataque. Eles tinham sido contratados para cuidar da segurança pessoal Gritzbach, que vinha sendo ameaçado pela facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

Apesar de terem sido contratados para fazer a escolta de Gritzbach, os agentes não conseguiram evitar a morte do corretor de imóveis. Os quatro foram afastados da corporação e são investigados pela Corregedoria da Polícia Militar.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.