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Polícia não descarta participação de policiais civis na morte de empresário em Guarulhos

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach delatou os agentes ao Ministério Público; apesar de hipótese, por hora não há nenhum indício de envolvimento no crime

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que não descarta a participação de policiais civis na morte do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos - assassinado em um ataque a tiros no aeroporto de Guarulhos, na última sexta-feira (9).

Em coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (11), Derrite contou que o empresário já havia denunciado alguns policiais civis pela prática de extorsão. As falas são referentes a delação de Gritzbach ao Ministério Público.

“Quando o Ministério Público compartilhou trechos da delação que falava dos policiais civis, a primeira atitude da Corregedoria foi ouvir o Vinícius para que ele pudesse apontar os nomes e quais crimes os policiais teriam cometido”, disse. Gritzbach foi ouvido no dia 31 de outubro deste ano pela Corregedoria.

Porém, segundo Derrite, ainda não há nenhuma prova de que policiais estejam envolvidos no atentado. “A gente não descarta nenhuma possibilidade, até porque ele delatou policiais na corregedoria da Polícia Civil. Mas não tem nenhum indício, por hora, da participação de Policiais Civis na execução de Vinícius”, afirmou.

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Criminosos tomaram ‘cautela extrema’

Apesar das coincidências suspeitas, ainda não se sabe quem matou o empresário. Derrite afirma que o crime foi planejado com cuidado para despistar as forças de segurança. “Os criminosos que realizaram esse assassinato tomaram uma cautela extrema. Eles usaram luvas, para não deixar marcas de digitais, e esconderam o rosto, preocupados com a filmagem (com uma balaclava)”, disse.

No entanto, após o crime, a Polícia Militar realizou um bloqueio nas proximidades. Os criminosos viram a PM e decidiram abandonar o veículo às pressas. Os investigadores encontraram o carro, com materiais que indicavam a intenção de incendiá-lo. Uma mala com três fuzis e uma pistola também foi localizada próxima ao veículo.

A perícia conseguiu colher material genético dentro do veículo para tentar identificar os envolvidos. Os investigadores também farão um exame de balística para comparar as cápsulas encontradas no local do crime com as armas localizadas pela PM.

Entenda o caso

O empresário Antônio Vinicius Gritzbach foi assassinado a tiros no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, um dos maiores do país. Criminosos encapuzados saíram de um carro preto e executaram o empresário usando fuzis. Segundo o órgão, outras testemunhas estão sendo ouvidas pela Polícia Civil. Um carro, supostamente usado pelos atiradores, foi apreendido pela Polícia Militar.

A investigação também descobriu que quatro policiais militares faziam a escolta da vítima no momento do ataque. Eles tinham sido contratados para cuidar da segurança pessoal Gritzbach, que vinha sendo ameaçado pela facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

Apesar de terem sido contratados para fazer a escolta de Gritzbach, os agentes não conseguiram evitar a morte do corretor de imóveis. Os quatro foram afastados da corporação e são investigados pela Corregedoria da Polícia Militar.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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