Na última semana, dia 17 de outubro, foi comemorado o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. A data foi criada no dia 22 de dezembro de 1992 em virtude do dia 17 de outubro de 1987, quando em Paris, cidade onde foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no ano de 1948, mais de cem mil pessoas homenagearam as vítimas da fome, pobreza extrema e violência. Passados 32 anos vemos que, ao menos no Brasil, o cenário continua alarmante! Segundo o os dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) IBGE, em 2022, o Brasil tinha 67,8 milhões de pessoas em situação de pobreza, o que equivale a 31,6% da população sobrevivendo com até R$ 637 por mês, ou seja, R$ 21,23 por dia.
Ou seja, infelizmente, o poder público não tem conseguido através de seus programas sociais sanar as dores de milhões de brasileiros que, por viverem tantos anos passando inúmeras dificuldades, já deixaram de sonhar e acreditar em um futuro melhor. Quando comecei a ajudar como Diretora Voluntária em 2014, o Sr Jairo Azevedo, fundador do Sistema Divina Providência em MG, lhe perguntei o que o levou a criar sua maior obra social: a Cidade dos Meninos em Ribeirão das Neves, MG. Na ocasião, ele me disse que não adiantava querer promover uma educação de qualidade para quem não tivesse uma boa alimentação, descanso e proteção. Foi por isso, que ele fundou uma ONG com mais de cem casas, para proporcionar dignidade às crianças e jovens carentes. Muitos me perguntam como aprendi sobre responsabilidade social e sempre respondo: eu vivencio por anos a maior “faculdade” viva de filantropia do Brasil, Sr. Jairo Azevedo.
Bem, mas essa coluna hoje é para falarmos sobre como as empresas têm sido as maiores ferramentas de transformação social no nosso país, inclusive com o foco na redução da pobreza e para exemplificar isso, hoje trago um case que tenho participado ativamente como consultora, a Suzano.
Retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza
Há pouco mais de um ano, recebi o convite do Consultor Paulo Rocha para integrar uma equipe de consultores, cujo objetivo, é ajudar a Suzano a alcançar um dos Compromissos para Renovar a Vida assumidos pela mesma: o de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030 nos municípios de atuação da empresa. Para isso, foi criada toda uma estratégia que envolve metodologia própria e que conta com mais de 20 consultores divididos em oito “avenidas” que são: empreendedorismo, acesso a emprego, redes de abastecimento, extrativismo, reciclagem, cadeia de valor e parcerias. A equipe está dividida em diferentes localidades do Brasil e trabalha buscando e monitorando projetos de ONGs que transitam nas avenidas mencionadas e que possuem como foco a geração de renda. Para se ter uma ideia da dimensão de alcance e investimento, em 2024 a carteira conta com 57 projetos apoiados para geração de renda que receberam 23 MM de um total de 49MM de investimento no Desenvolvimento Social como um todo. No ano passado 22 mil pessoas saíram da linha da pobreza através do trabalho dessa equipe de consultores e dos projetos assertivos
Eu sinto um orgulho enorme quando penso que nosso trabalho diariamente serve como mecanismo de transformação de milhares de vidas. O público de pessoas na linha da pobreza é muito específico, os desafios são enormes e vão desde a falta de escolaridade básica, depressão, violência doméstica, crenças limitantes, fome, péssima habitação dentre outras questões relevantes. Nas minhas palestras e em alguns textos por aqui já publicados, eu sempre falo: a meu ver, a transformação da nossa sociedade não virá do primeiro setor, mas sim, do segundo e do terceiro setores. A cada dia que passa, as ONGs mostram que sabem muito mais do que o Estado sobre a arte de cuidar e promover as pessoas! Para se ter uma ideia, em 2023, as empresas brasileiras investiram mais de 5 bilhões de reais em projetos de ONGs através de apoio direto ou via leis de incentivos.
Outra diretriz que eu acho super válida e que existe na estratégia da Suzano e que eu já mencionei em outros textos aqui, é a importância das empresas se unirem para aumentar o impacto positivo na sociedade. O time de Parcerias faz brilhantemente esse trabalho, conectando os projetos apoiados à outras empresas que tenham a mesma sinergia e assim, promovendo ainda mais transformação.
Bem, nesse dia 17 de outubro que passou, quero parabenizar e celebrar o trabalho e a vontade dos meus colegas de equipe e dos outros milhares de trabalhadores e consultores em responsabilidade social que como nós, “quebram a cabeça” todos os dias para ajudar as empresas a apoiarem as ONGs que buscam efetivamente, promover o desenvolvimento socioeconômico de quem mais precisa. Trabalhar com responsabilidade social é muito mais do que executar tarefas é viver um propósito! Somos apaixonados por gente e não medimos esforços para levar esperança, amor, oportunidades e de acreditar em quem na maioria das vezes, a desesperança já o fez não acreditar em si mesmo.
Parabenizo também as empresas que apoiam, investem e possuem a vontade de ajudar as pessoas! Sei que muitos vão dizer: as empresas precisam disso hoje em dia, são praticamente obrigadas. Mas percebo no meu dia a dia, como uma grande parte de empresários atualmente apoiam a responsabilidade social porque acreditam nela e por isso, buscam cada vez mais, criar áreas de ESG nos seus negócios e a profissionalização das equipes.
Infelizmente ainda estamos longe de conseguir erradicar a pobreza no Brasil, vale ressaltar que, a pobreza está diretamente ligada a saúde da economia do país, por isso, é fundamental que ela cresça e que as empresas tenham lucro, para que, muitos projetos sejam apoiados e mais pessoas tenham um emprego, negócios e vida digna.