Ouvindo...

IML identifica 56 das 62 vítimas de acidente com Voepass; 27 corpos já foram liberados

Força-tarefa conta com a participação de 40 médicos, além de equipes de odontologia legal, antropólogo e radiologista; todas as vítimas morreram de politraumatismo

Acidente aéreo em Vinhedo (SP) matou todas as 62 pessoas que estavam a bordo

Até a manhã desta quarta-feira (14), o Instituto Médico Legal (IML) já identificou 56 dos 62 mortos na queda de um avião da Voepass em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta (9). Ainda não há prazo para a identificação das outras seis vítimas.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), dos 56 corpos identificados, 27 já foram liberados aos familiares. A pasta ressalta que os parentes das vítimas serão os primeiros a serem comunicados sobre o andamento do trabalho de reconhecimento.

De acordo com a Polícia Técnico-Científica de São Paulo, todos os 58 passageiros e quatro tripulantes morreram por politraumatismo no momento do choque da aeronave no solo. Vladmir Alves dos Reis, diretor do IML, explica que as queimaduras em alguns deles ocorreram após os óbitos.

“Cabe destacar que toda a retirada de corpos foi realizada por peritos do IC e IML, com apoio do Corpo de Bombeiros, seguindo protocolos internacionais com a finalidade de preservar ao máximo as vítimas, visando uma identificação mais ágil. Mesmo assim, cada caso possui sua complexidade e cada vítima necessita de exames específicos para viabilizar a total identificação, não sendo possível estimar prazos para que isso ocorra”, afirma a SSP em nota à Itatiaia.

A força-tarefa do IML conta com a participação de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropólogo e radiologista.

Leia também

Como é feito o processo de identificação dos corpos?

À Itatiaia, o médico legista da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, Nelson Bruni , explicou como é feito o processo de identificação dos corpos.

“O processo de identificação segue um protocolo. Os médicos do IML são altamente capacitados para fazer esse tipo de trabalho. Então, eles seguem todo um protocolo conforme o estado dos corpos. Existem corpos com uma condição melhor, em que você consegue fazer a identificação através de impressão digital, outros que você não tem condição de fazer a identificação pela digital, mas tem como fazer com a arcada dentária. Agora, dependendo da carbonização do corpo, só por exame de DNA”, afirma.

Para ajudar na identificação das vítimas do acidente da Voepass, até esta segunda (12), os DNAs de 28 famílias em São Paulo e outras 17 em Cascavel (PR) já haviam sido coletados. Segundo o médico legista, o exame fica pode ficar ponto em até 24 horas.

“O exame de DNA para a Polícia Científica de São Paulo não é um problema sério. Em 24 horas é possível fazer uma análise de DNA. Agora, em casos onde há uma destruição maior do corpo, e de dificuldade de retirada do DNA, o exame pode demorar até duas semanas”, esclarece.

Queda de avião em SP

Uma aeronave da Voepass caiu, na tarde desta sexta-feira (9), em um condomínio residencial em Vinhedo, no interior de São Paulo. A aeronave do modelo ATR-72 decolou de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, com 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo. Todos os 62 ocupantes morreram.

Em vídeos enviados à Itatiaia por moradores da região, é possível ver um corpo projetado para fora da aeronave, além de itens e pertences que estavam no interior do avião. Vídeos divulgados nas redes sociais também mostram o momento exato da queda.

De acordo com a Polícia Técnico-Científica de São Paulo, as vítimas morreram por politraumatismo no momento do choque da aeronave no solo. Vladmir Alves dos Reis, diretor do Instituto Médico Legal, explica que as queimaduras em alguns deles ocorreram após os óbitos.

Os destroços da aeronave foram retirados do local do acidente e levados para perícia. As caixas-pretas foram enviadas ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília. As gravações de áudio da cabine e dados da aeronave foram extraídas com êxito, conforme informou a Força Aérea Brasileira (FAB).

Os motores da aeronave também passam por uma inspeção em São Paulo. Os peritos vão analisá-los para verificar se estavam com potência no momento do acidente. De acordo com o Cenipa, as investigações devem ser concluídas em 30 dias.


Participe dos canais da Itatiaia:

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.