A Renault decidiu disponibilizar ao público parte de seu vasto acervo automotivo e levará a leilão um conjunto expressivo de veículos que marcaram diferentes fases da marca. Organizado pela leiloeira Artcurial, o evento reunirá desde protótipos experimentais e conceitos pouco conhecidos até carros de corrida emblemáticos que competiram na Fórmula 1.
Conceito Renault Deck’Up
Entre os lotes mais inusitados estão os conceitos desenvolvidos nas décadas de 1990 e 2000, período em que a marca explorava novas soluções de design e tecnologias. A van Operandi, apresentada em 2000, é um bom exemplo dessa ousadia: com proporções compactas e aparência quase caricatural, foi concebida como um híbrido em uma época em que essa proposta ainda dava seus primeiros passos na indústria. Outro destaque excêntrico é o Deck’Up, derivado do utilitário Trafic e transformado para ganhar mais largura, tração integral e uma pequena caçamba, combinando elementos de furgão e picape.
Também chamam atenção criações internas originadas de iniciativas dos próprios funcionários, como o curioso Clio de seis rodas produzido na fábrica de Flins, na França, para treinamento técnico. O exemplar, tão peculiar quanto raro, é um dos mais acessíveis do catálogo, com estimativa de preço entre US$ 3.400 e US$ 7 mil (cerca de R$ 18.120 e R$ 37.315 em conversão direta).
O leilão ainda inclui exemplares pouco vistos, como um Espace equipado com motorização híbrida experimental movida por turbina, o conceito Chausson P.E.R.L.E., de 1989, e o elegante Evado, de 1995, que viria a influenciar diretamente o desenvolvimento da perua Laguna.
Se os protótipos garantem curiosidade, são os carros de competição que devem atrair a maior atenção de colecionadores. Entre eles está um Renault-Alpine A442 reserva das 24 Horas de Le Mans de 1978, ano marcante para a marca na prova de resistência.
Na Fórmula 1, o ponto alto é o Renault RE40 de 1983, pilotado por Alain Prost e responsável por poles em Mônaco e Spa-Francorchamps (Bélgica), além de protagonizar a disputa pelo título mundial. Outros monopostos históricos, guiados por René Arnoux e Eddie Cheever, reforçam o valor esportivo da coleção.
Outro item de peso é o Williams-Renault FW19 de 1997, conduzido por Heinz-Harald Frentzen na temporada que rendeu à equipe o título de Construtores. O modelo representa um dos últimos capítulos da bem-sucedida parceria entre Williams e Renault, dominante na F1 durante boa parte da década de 1990.
O catálogo inclui ainda itens de memorabilia que devem mobilizar fãs do automobilismo: réplicas de macacões e equipamentos usados em pista, além de peças originais como capacete e sapatilhas do piloto espanhol Fernando Alonso. Motores de Fórmula 1 dos anos 1990 e maquetes de vários conceitos da marca completam a lista.