É clichê, mas inevitável lembrar que o brasileiro tem o péssimo hábito de não ler o manual do usuário de qualquer produto — de eletrodomésticos a automóveis. Por isso, muitos desconhecem as recomendações que algumas montadoras fazem sobre o momento de abastecer o carro, especialmente quanto ao tipo de combustível utilizado (ou combustíveis, no caso dos carros flex).
Entre essas recomendações, talvez a que mais chame a atenção dos motoristas e proprietários seja a preferência pelo uso de gasolina comum. É importante frisar, no entanto, que nenhuma montadora proíbe o uso da gasolina aditivada — deixando a escolha a critério do cliente.
Mas por que a recomendação pela gasolina comum? Alguns motivos explicam, mas o principal é que a gasolina aditivada não é regulamentada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ou seja, não há uma norma que defina quais aditivos devem ser utilizados nem a quantidade adicionada à gasolina.
Gasolina comum é regulamentada
Já a chamada gasolina comum (conhecida como tipo C) possui uma série de regulamentações que, ao menos teoricamente e antes de qualquer adulteração, garantem que ela seja igual em todos os postos. Isso permite que testes realizados com esse combustível apresentem resultados previsíveis e que, em qualquer posto onde o carro seja abastecido, essa gasolina esteja disponível.
Atualmente, o padrão da gasolina comum exige que ela contenha 30% de etanol anidro (praticamente sem água) em sua composição e tenha octanagem de 94 RON. A gasolina aditivada segue essa mesma especificação, mas inclui aditivos detergentes e dispersantes e, em alguns casos, redutores de atrito.
A única gasolina que apresenta diferenças é a chamada premium, como a Petrobras Podium, que possui octanagem mais elevada — variando de 98 RON a 102 RON, dependendo da marca — e beneficia apenas motores com altas taxas de compressão. Esse tipo de combustível também é aditivado e se destaca pelo menor teor de etanol em sua fórmula: 25%.
Vale a pena usar gasolina aditivada?
Gasolina aditivada evita a o acúmulo de depósito carboníferos no motor
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Existem também os chamados “frascos de aditivos”, que devem ser utilizados conforme as instruções contidas na embalagem. Recomenda-se o uso apenas de aditivos detergentes e dispersantes, e a maioria das montadoras oferece opções homologadas.