A Audi deu um passo ousado ao revitalizar um de seus motores mais marcantes — e polêmicos. O tradicional 3.0 V6 TDI da família EA897 (o mesmo que equipa a picape Volkswagen Amarok), protagonista do escândalo do “dieselgate”, retorna completamente redesenhado em uma nova geração híbrida leve de 48 volts. A atualização promete respostas imediatas ao acelerador, menor consumo e funcionamento compatível com combustíveis renováveis, reposicionando o diesel como alternativa viável em vários mercados globais.
Audi A6 V6 TDI
Agora chamado EA897 evo4, o motor estreia nas versões atualizadas dos Audi A6 e Q5 vendidos na Europa. O propulsor gera 300 cv de potência e 59 kgfm de torque, mantendo o desempenho robusto típico dos V6 turbodiesel do Grupo Volkswagen, mas com comportamento mais linear e eficiente.
O grande diferencial é o uso de um compressor elétrico auxiliar, instalado após o turbo e o intercooler (resfriador de ar). O dispositivo é capaz de atingir até 90 mil rotações por minuto e gerar pressão máxima em cerca de 0,25 segundo. Alimentado pela rede de 48 volts, o compressor pré-carrega o fluxo de ar antes de o turbo convencional entrar em ação, praticamente eliminando o atraso de resposta (turbo lag) e garantindo torque abundante logo nas primeiras rotações do motor.
Audi Q5 V6 TDI
O motor elétrico do sistema híbrido adiciona ainda 24 cv e 24 kgfm extras em momentos de demanda, além de recuperar até 25 kW de energia durante frenagens. Segundo a Audi, a melhoria de desempenho é evidente: nos primeiros 2,5 segundos de aceleração, os novos modelos avançam o equivalente a “um carro” à frente das versões anteriores com o V6 TDI tradicional.
Em termos de eficiência, os números também chamam atenção. No ciclo europeu, o A6 equipado com o novo V6 TDI registra consumo entre 16,3 km/l e 18,8 km/l, enquanto o Q5 marca entre 14,7 km/l e 17,2 km/l. O propulsor ainda é compatível com o combustível renovável feito de óleo vegetal hidrotratado, que contribui para reduzir as emissões de dióxido de carbono.