Silagem de trigo forrageiro traz vantagens para pecuaristas no Vale do Jequitinhonha

Menor custo, resistência a pragas e alta digestibilidade estão entre os benefícios

Trigo forrageiro irrigado pode ser utilizado para a alimentação animal

A utilização da silagem de trigo forrageiro irrigado na alimentação do gado tem trazido benefícios para pecuaristas de leite de Setubinha. Os trabalhos começaram em junho deste ano por meio de uma parceria entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) com o apoio da Secretária Municipal de Agricultura.

Segundo o extensionista da Emater-MG, Joel Lima da Fonseca, desde 2024, cerca de 30 produtores têm procurado alternativas para melhorar e valorizar a pecuária do município. Neste processo, a Emater-MG propôs a implantação de uma unidade demonstrativa de trigo forrageiro irrigado.

O pecuarista César Barbosa decidiu abrir as porteiras para ser a primeira unidade demonstrativa. Ele conta que não encontrou dificuldades para desenvolver os trabalhos. “O manejo é bem simples, a irrigação deve ser feita em dias alternados, além disso, a implantação é de baixo custo. A produção foi muito satisfatória, recomendo a outros produtores experimentarem”.

Benefícios

O pesquisador da Epamig, Maurício Antônio de Oliveira Coelho, relatou que a silagem de trigo forrageiro irrigado pode ser utilizada para a alimentação animal e como alternativa complementar para a forragem de verão. Maior resistência às condições climáticas, facilidade de manejo e bom rendimento são alguns dos benefícios da cultivar do trigo MGS Brilhante.

O baixo investimento para a implementação e manutenção são outras vantagens destacadas pelo pesquisador. “O agricultor pode produzir as próprias sementes. No primeiro ano, ele planta as sementes compradas e a partir do segundo, semeia os próprios grãos, o que reduz ainda mais o custo”.

O pesquisador ainda explicou que a silagem apresenta alto teor de proteína, fibra e boa digestibilidade, sendo um complemento de melhor qualidade em relação ao de milho. Pode ser utilizada tanto na alimentação do gado de leite quanto de corte. César Barbosa destacou também que os animais se adaptaram bem à nova alimentação. “Comem tudo e não deixam restos do alimento no coxo como fazem com a cana ou o milho, assim não há desperdício”.

As próximas etapas do programa são incluir a produção do trigo no plano de ação, melhoria das pastagens e valorização do leite. A previsão é de que outros municípios sejam incluídos no projeto.

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*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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