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Setor prevê crescimento na produção e exportação de ovos, aves e suínos

Projeções indicam a perspectiva de retomada do cenário de normalidade após semestre marcado por desafios com a gripe aviária

Franco, porco e ovos

A avicultura e a suinocultura do Brasil deverão registrar desempenhos positivos em produção, exportações e consumo de produtos, segundo a a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Após um semestre marcado pela superação da gripe aviária, as projeções indicam a perspectiva setorial de retomada do cenário de normalidade, de acordo com presidente da ABPA, Ricardo Santin.

“Temos expectativas positivas para o fechamento deste ano, mesmo diante do grande desafio vivenciado pelo setor produtivo de aves. O mercado global segue altamente demandante por proteínas. O mesmo é visto em nosso mercado interno, com projeções de alta de consumo nas três proteínas”, disse Santin durante coletiva nesta quarta-feira (20).

Ovos

De acordo com as projeções da ABPA, a produção brasileira de ovos deverá atingir até 62 bilhões de unidades em 2025, número 7,5% superior ao total registrado em 2024, que foi de 57,683 bilhões de unidades. Para 2026, espera-se nova expansão, com até 65 bilhões de unidades produzidas, o que representa alta de 4,8% sobre o ano anterior.

As exportações do setor devem alcançar até 40 mil toneladas em 2025, o que representa um crescimento de 116,6% em relação às 18.469 toneladas embarcadas em 2024. Para 2026, a expectativa é de novos avanços, com até 45 mil toneladas exportadas, 12,5% a mais que o volume previsto para este ano.

Já o consumo per capita deverá passar de 269 unidades por habitante em 2024 para 288 unidades em 2025 (+7,1%) e 306 unidades em 2026 (+6,3% sobre o ano anterior).

“O forte do consumo posicionará o Brasil ao final de 2025, pela primeira vez, entre os 10 maiores consumidores per capita de ovos do planeta. A projeção de forte expansão do consumo deve seguir em 2026, ampliando a presença da proteína como base de segurança alimentar do País. No cenário internacional, as empresas ainda avaliam os efeitos do Tarifaço nas exportações, porém, já com a expectativa da reabertura de mercados altamente demandantes da proteína brasileira, como é o caso do Chile, mantendo expectativa de recorde de exportações neste ano”, avalia o presidente.

Carne de frango

A produção brasileira de carne de frango deverá totalizar 15,400 milhões de toneladas em 2025, número até 30% superior ao total de 14,972 milhões de toneladas produzidas em 2024. Para 2026, é esperado crescimento, com até 15,700 milhões de toneladas, alta de 2%.

As exportações devem se manter em patamares estáveis, com pequena queda de até 2%, projetando até 5,200 milhões de toneladas exportadas em 2025 (contra 5,295 milhões em 2024) e até 5,500 milhões em 2026, crescimento de 5,8% sobre o ano anterior.

No mercado interno, a disponibilidade de carne de frango poderá atingir até 10,200 milhões de toneladas em 2025, frente às 9,678 milhões de toneladas em 2024, crescimento de 5,4%. A expectativa é de estabilidade no volume em 2026.

Com isso, o consumo per capita da proteína deverá passar dos 45,5 kg por habitante em 2024 para 47,8 kg em 2025 (+5,1%), mantendo-se nesse mesmo patamar em 2026.

“O ano foi marcado pela superação da maior crise da história do setor de aves, com a identificação de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em uma granja comercial. A situação foi pontual e já superada, e a maior parte dos mercados temporariamente suspensos já restabeleceram as exportações. O trabalho de negociações segue e, com isso, esperamos manter o desempenho positivo de exportações próximo ao alcançado em 2024. Por outro lado, a produção segue fortalecida graças a um mercado interno demandante, com o consumo per capita retomando patamares históricos em torno de 47 quilos”, analisa Santin.

Carne suína

Para a carne suína, a produção nacional está estimada em até 5,420 milhões de toneladas em 2025, crescimento de 2,2% em relação ao volume registrado em 2024, que foi de 5,305 milhões de toneladas. Para 2026, espera-se nova elevação, com produção estimada em até 5,550 milhões de toneladas, incremento de 2,4% sobre o ano anterior.

As exportações também devem manter trajetória de alta. O setor projeta até 1,450 milhão de toneladas exportadas em 2025, volume 7,2% superior ao total de 1,353 milhão de toneladas embarcadas em 2024. Para 2026, o número pode chegar a 1,550 milhão de toneladas, com nova alta de 7,0%.

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“A suinocultura do Brasil deverá registrar novos patamares de produção, consumo e exportações em 2025, todos em níveis recorde. Neste cenário, reconfiguração do mercado para as exportações do Brasil, com a liderança das Filipinas e a ascensão do México, Singapura e nações da América do Sul, deverão reforçar a posição brasileira no ranking mundial”, completa Santin.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde