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Carne no Brasil: boi gordo estável e exportações seguem firmes apesar do tarifaço dos EUA

Embarques de agosto devem renovar a máxima histórica, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)

País mas já ganhou dois novos compradores após retirada dos EUA

A menor liquidez típica de segunda quinzena pressionou as cotações da carne bovina no mercado doméstico, apontam levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No entanto, o boi gordo — animais para abate — por sua vez, se mantêm predominantemente estáveis, com algumas novas altas, na maioria das regiões acompanhadas pelo Centro de Pesquisas.

Já as exportações brasileiras de carne bovina, na primeira metade de agosto, as vendas seguiram firmes, mesmo com a tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos. A média diária de embarques de carne in natura foi de 12,3 mil toneladas, aumento de quase 25% sobre a média de agosto do ano passado e 2,5% acima da de julho, mês de exportação recorde.

Segundo os pesquisadores, caso sigam nesse ritmo, os embarques de agosto devem renovar a máxima histórica.

Novos mercados

O Brasil perdeu o segundo maior comprador de carne bovina do país mas já ganhou dois novos. Com a retirada dos Estados Unidos, Filipinas e agora a Indonésia abriram o mercado para a carne brasileira.

Para o mercado das Filipinas, o Brasil vai exportar a carne bovina com osso e miúdos. Já para a Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, serão carne com osso, miúdos bovinos, produtos cárneos e preparados de carne brasileiros.

Preço dispara nos EUA

Ao passo que o Brasil conquista novos mercados, claro que não do tamanho do Estados Unidos, o país norte-americano vive com altos preços da carne bovina.

Segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho do país, o quilo da carne atingiu, na média nacional, US$ 11,875 a libra ou quase R$ 150 o quilo, o maior preço da história do pais. Moradores do país norte-americano, incluindo brasileiros, flagraram preços de até US$ 69 uma bandeja de carne.

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Os preços assustadores são causados principalmente por três fatores: mudanças climáticas, restrições ao México e o tarifaço contra o Brasil, que deixou de exportar carne aos norte-americanos.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde