Ouvindo...

Setor cafeeiro aposta em negociação para derrubar tarifa dos EUA, aponta Cepea

País norte-americano é o maior consumidor de café e o Brasil representa 33% de todo o café consumido no país

Expectativa é reforçada pela pressão exercida por empresas norte-americanas interessadas

O setor cafeeiro é um dos principais afetados pela tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entrou em vigor nesta quarta-feira (6).

Agentes de mercado consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que a tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras de café aos EUA ainda não é um fato consumado, podendo haver uma definição mais clara nos próximos dias.

Segundo o Cepea, a expectativa é reforçada pela pressão exercida por empresas norte-americanas interessadas na manutenção do suprimento regular de cafés brasileiros, insumo essencial na composição de blends industriais.

O Brasil exportou, ano passado, 50,4 milhões de sacas de café, das quais 8,2 milhões foram para os Estados Unidos. O país norte-americano é o maior consumidor de café e o Brasil representa 33% de todo o café consumido no país norte-americano. “Para cada dólar exportado pelo Brasil, gera US$ 43 na indústria americana. Os Estados Unidos emprega 2,2 milhões de pessoas no café, na indústria, e US$ 343 bilhões são gerados pelo café", afirma Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Quanto aos preços no mercado doméstico, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, perdeu 22,49 Reais/saca de 60 kg (ou baixa de 1,2%) no acumulado de julho, encerrando o mês a R$ 1.811,87/saca. No campo, a colheita caminha bem e se aproxima de 70% a 80% da produção esperada.

Para o robusta, levantamentos do Cepea mostram que as cotações recuaram com um pouco mais de força, pressionadas pela maior oferta interna. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, caiu 76,62 Reais/saca de 60 kg (retração de 6,9%), fechando a R$ 1.028,45/saca no dia 31 de julho. A colheita do robusta está finalizada na maior parte das praças do Espírito e de Rondônia.

Leia também

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde