A Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) recebeu na segunda-feira (6), a visita de pesquisadores do International Centre of Insect Physiology and Ecology (ICIPE), com sede no Quênia. A conversa visou articular uma cooperação entre o Brasil e o país africano com foco no controle de pragas de
O pesquisador Sunday Ekesi, vice-diretor geral de Pesquisa e Desenvolvimento, e a pesquisadora Samira Mohamed, chefe da Pesquisa Temática em Agricultura e Mudanças Climáticas, estiveram no centro de pesquisa da Embrapa para conhecer de perto o manejo da broca-do-olho do coqueiro (Rhynchophorus palmarum) praticado no Brasil.
Articulada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a visita buscou viabilizar alguma das tecnologias adotadas no Brasil para serem adaptadas para o manejo do bicudo-vermelho (Rhynchophorus ferrugineus) em países africanos. A visita dos representantes africanos acontece dez dias após pesquisadores e dirigentes do sultanato árabe Omã terem visitado a Embrapa com o mesmo propósito.
Visitas técnicas e troca de conhecimento
Pela manhã, os pesquisadores Adenir Teodoro, Élio Guzzo e Aldomário Negrisoli, especialistas em pragas agrícolas, apresentaram os trabalhos da Embrapa no manejo de pragas do coqueiro e guiaram os especialistas africanos em visitas técnicas aos laboratórios da Embrapa Tabuleiros Costeiros, onde puderam ver de perto exemplares de insetos e técnicas de controle biológico e comportamental, como uso de inimigos naturais, capturas em armadilhas e inoculação de fungos para erradicação das pragas.
À tarde, as equipes visitaram o campo experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros em Itaporanga d’Ajuda, no Litoral Sul de Sergipe, onde são mantidos em campo bancos de conservação genética de coqueiros e experimentos voltados ao melhoramento das plantas e sistema de produção. No campo, os visitantes quenianos puderam ver in loco armadilhas instaladas, insetos capturados e plantas acometidas por pragas.
Durante a visita, as equipes discutiram os encaminhamentos para efetivar uma parceria entre Embrapa e ICIPE, com apoio da ABC, para desenvolver projetos conjuntos de pesquisa para validar práticas e soluções de manejo do bicudo vermelho no Quênia a partir do conhecimento gerado em conjunto.
Adenir explicou que o bicudo vermelho é considerado a principal praga das palmeiras no mundo, sendo muito mais agressivo e devastador que a broca-do-olho presente no Brasil. O pesquisador destaca que a troca de conhecimento com países da África, Oriente Médio e Ásia deverá fortalecer não apenas o controle naquele país, mas também preparar o Brasil para conviver com a praga quando se ele vier a ser detectada nos nossos plantios.
