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Condições climáticas do inverno favorecem frutíferas de clima temperado no RS

Pesquisadores destacam acúmulo de frio satisfatório e chuvas acima da média sem danos agrícolas

Pessegueiro

O clima frio auxiliou a quebra de dormência das frutíferas de clima temperado no Rio Grande do Sul. Segundo o Comunicado Agrometeorológico 90 de agosto, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), o acúmulo de horas de frio, ou seja, temperaturas iguais ou abaixo dos 7,2ºC, foi satisfatório de maio a agosto.

De acordo com a pesquisadora Loana Cardoso, uma das autoras do comunicado, todos os meses registraram valores de horas de frio na média ou acima da média. “O acúmulo de frio é fator preponderante para uma brotação e frutificação uniformes, resultando em um bom potencial produtivo”, explicou a pesquisadora. Em Veranópolis, o acumulado de maio a agosto foi de 367 horas de frio, ficando acima da média.

Com relação às precipitações pluviais, as redes Simagro-RS e Inmet registraram chuvas acima da média na região Centro-Sul do estado, de 200 a 300 milímetros. “No entanto, não houve registro de problemas nas áreas agrícolas e em culturas de forma geral. Os registros são de alagamentos ou enchentes nas áreas do Sul e Centro, como em São Lourenço e Santa Maria, mas sem notícias significativas na área agrícola”, destacou Cardoso.

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Geadas

De maio a agosto, foram registradas 61 geadas no Rio Grande do Sul, sendo a maior parte delas em junho (52,5%) e de intensidade forte (62%). “Esse é um dado interessante porque, climatologicamente, o principal mês de geadas é julho. As geadas afetam as culturas invernais principalmente no período reprodutivo, o que ocorre mais no final do inverno. Quanto mais frio no início do desenvolvimento das culturas de inverno, melhor, pois propicia maior perfilhamento em trigo, por exemplo, aumentando o potencial produtivo”, detalhou Loana.

Geadas na primeira semana de julho coincidiram com a fase de floração em algumas lavouras de canola. “Podem ter impactado o potencial produtivo, mas esse impacto não foi quantificado ainda”, finalizou a pesquisadora.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.