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Frio e geada: veja quais são os impactos no agro e como minimizar os efeitos

Período é de atenção para os agricultores que podem sofrer perdas parciais e até totais

O frio já começou em algumas regiões, com destaque no Sul e Sudeste do país. A primeira temperatura negativa de 2025 foi registrada em Urupema, em Santa Cataria, com presença de geada, formação de gelo em plantas e superfícies.

O município da Serra catarinense costuma registrar cerca de 50 geadas por ano e recebe o título de capital nacional do frio.

Na agricultura, a geada é um fenômeno que provoca a morte de plantas ou de partes delas - como folhas, caule, frutos, ramos - devido à baixa temperatura do ar, que leva ao congelamento dos tecidos vegetais, podendo ou não formar gelo sobre a planta.

A geada se forma quando a temperatura do ar cai abaixo de 0°C, que é a temperatura de congelamento da água. A morte das plantas pode ser causada devido aos ventos muito frios ou pelo resfriamento causado pelo ar seco.

Os cristais de gelo que se formam também podem queimar os frutos e prejudicar o solo, podendo causar grandes perdas aos agricultores.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a queda de temperatura e a maior intensidade de geada podem ocasionar a ocorrência da temperatura letal, ou seja, uma temperatura que promove danos mais graves e irreversíveis às culturas.

Por exemplo, registros de temperaturas nas estações meteorológicas menores que 2°C na fase de florescimento podem comprometer a cultura do milho, enquanto 3,5°C nesta mesma fase, impacta severamente a cultura do feijão. Na cultura do café, por ser uma cultura pouco tolerante ao frio, a ocorrência de temperaturas abaixo de 0°C no abrigo podem provocar danos parciais ou totais à planta.

Já para a cultura da banana, temperaturas inferiores a 4°C podem ocasionar danos nas folhas e prejudicar os frutos em formação. A ocorrência e intensidade de geadas podem ser amenizadas a depender do relevo e velocidade do vento.

Como minimizar efeitos?

Algumas práticas podem ajudar a reduzir os efeitos das geada:

  • Escolher bem o local do plantio: dê preferência para locais e épocas de plantio visando evitar os períodos mais críticos para a ocorrência de geada.
  • Utilizar variedades resistentes: pode ocorrer que, em uma mesma cultura, as variedades apresentem diferentes tolerâncias ao frio. Busque conhecer as temperaturas letais para as diferentes variedades cultivadas, tanto anuais como perenes, para que possa escolher as mais adequadas para a região.
  • Nebulização artificial da atmosfera: aplicar neblina artificial sobre a cultura pode reduzir a perda de energia pela a superfície, evitando o resfriamento intenso.
  • Irrigação: é necessário irrigar a cultura durante a noite da geada em uma taxa de 2 a 6 mm/h, pois, quando a água congela, libera calor latente, reduzindo o resfriamento e mantendo a temperatura por volta de 0°C.
  • Usar coberturas protetoras: utilizar coberturas plásticas proporcionam condições microclimáticas adequadas para os cultivos em épocas de ocorrência de geada.
  • Ventilação forçada: a técnica consiste na instalação de grandes ventiladores acima da cultura.
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
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