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Brasil recebe chimpanzé vítima de maus tratos que era obrigado a fumar na Colômbia

O primata ficará em quarentena em um santuário de grandes primatas em Sorocaba, no interior de São Paulo; após o período e testar livre de doenças, Yoko se juntará ao grupo

O Brasil, por meio Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), recebeu um chimpanzé da Colômbia que foi resgatado em situação de maus tratos. Yoko chegou nesta segunda-feira (24) no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).

O chimpanzé ficará em um santuário de grandes primatas em Sorocaba, que deverá emitir um relatório do período de quarentena.

Por 30 dias, Yoko deverá ficar separado dos outros animais do local e sob a supervisão do veterinário responsável da instituição. Nesse período, ele será frequentemente monitorado quanto à ocorrência de sinais clínicos de doenças infectocontagiosas. De acordo com técnicos da Superintendência de Agricultura e Pecuária em São Paulo (SFA-SP), esse período poderá ser estendido, a critério da autoridade veterinária que vai acompanhar a investigação e resolução de suspeitas de doenças eventualmente reportadas pelo veterinário responsável.

A equipe do Mapa em São Paulo está atenta para receber notificações caso aconteça alguma coisa, reportando intercorrências ao Departamento de Saúde Animal do Ministério.

Após a quarentena, quando não houver qualquer evidência de transmissão de doenças entre os animais isolados, Yoko se juntará ao grupo. O Mapa também informou que o chimpanzé deverá ser submetido a dois tratamentos de amplo espectro contra endo e ectoparasitas: um no início do período de isolamento e outro entre 3 a 5 dias do final desse período.

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Conheça o Yoko

O Yoko tem 38 anos e foi resgatado de narcotraficantes da Colômbia. Ele passou quase dois anos sozinho, depois que seus companheiros Chita e Pancho morreram com tiros, ao fugirem do Bioparque Ukumari, em 2023. A viagem ao Brasil começou na cidade de Pereira, na Colômbia. De lá ele seguiu para Bogotá e Campinas.

O chimpanzé vivia sob os cuidados de especialistas desde 2018, após ser resgatado de um narcotraficante que o treinou a imitar humanos. Ele vivia vestido, aprendeu a andar de bicicleta, fumar e se tornou viciado em televisão. Era o último grande primata vivendo em cativeiro na Colômbia.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
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