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Kombucha produzida em Nova Lima ganha medalha de prata em concurso internacional

Considerado o maior da América Latina, concurso avaliou mais de 2,5 mil amostras de bebidas diversas, como cervejas, vinhos, cachaças, gin, vodka e rum

Todos os ingredientes vêm de produtores agroecológicos locais ou são cultivados por eles mesmos

Desta vez, nem cerveja, nem vinho, nem cachaça ... O produto mineiro que se destacou num concurso internacional foi uma Kombucha! Isso mesmo, uma espécie de chá gelado com micro-organismos benéficos à saúde. Quem produz é a empresa Ponto Eko, fundada e conduzida pelo casal Veruska Célia Gontijo Pereira e Marcelo Ferreira. A bebida sabor maracujá com capim limão conquistou a medalha de prata na categoria “kombucha com baixo ou sem adição de açúcar” da Brasil Beer Cup (BBC) 2024. O concurso, realizado em Florianópolis, é considerado o maior da América Latina, e avaliou mais de 2,5 mil amostras de bebidas diversas, como cervejas, vinhos, cachaças, gin, vodka, rum, hidromel e outras. Bebidas de nove países latino-americanos participaram da competição.

Entenda o que é e como tomar

A kombucha foi uma das novidades do evento neste ano. Trata-se de um chá de berço oriental. Uma bebida milenar, originária da China, obtida a partir da fermentação do chá (Camellia Sinensis), açúcar e micro-organismos. Esse material vivo, age simbioticamente durante 10 a 15 dias no chá, transformando o açúcar em componentes com potencial probiótico, antioxidantes, vitaminas B1, B6 e B12 e vitamina C, ácidos e outros componentes benéficos a nossa saúdeA kombucha é naturalmente gaseificada, e o processo de fermentação ocorre normalmente em duas etapas, sendo que na segunda são agregados os sabores.

A bebida mineira da Ponto Eko que se destacou foi a de sabor maracujá e capim-limão. “A kombucha de maracujá e capim-limão é muito suave, tem baixo teor de açúcar e um sabor que se alinha bem com a proposta de sensorialidade brasileira, que foi o tema do concurso. Usamos a polpa do maracujá e capim-limão frescos”, explica a produtora Veruska Célia Gontijo Pereira.

Muita gente prefere beber em jejum, para ajudar no processo de digestão e substituir o café. Mas a bebida também pode ser usada como um energético natural, sendo consumida antes ou depois de atividades físicas. Mas o mais importante é tomar bem gelada, para realçar o sabor e ficar mais refrescante.

Veruska e marido Marcelo Ferreira comemoram a medalha de prata no concurso

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Ingredientes são cultivados pelo próprio casal

Ela e o marido Marcelo Ferreira, iniciaram a produção de kombucha em 2019, de forma artesanal. Com o aumento da demanda, eles aprimoraram a agroindústria e obtiveram o registro no Ministério da Agricultura, seguindo as boas práticas de fabricação. Hoje, a empresa produz 500 litros por mês e oferece seis sabores diferentes, comercializados em 12 pontos de venda em Belo Horizonte e Nova Lima.

“Todos os ingredientes vêm de produtores agroecológicos locais ou são cultivados por nós mesmos. Além dos benefícios da própria kombucha, cada ingrediente agrega valor nutricional e funcional. A de maracujá, por exemplo, possui propriedades calmantes”, explica Veruska.

Assistência técnica foi fundamental

Desde o início, o casal conta com assistência técnica da Emater-MG. O técnico da empresa em Nova Lima, Glaidson Guerra, explica que uma das primeiras ações foi auxiliar na regularização da produção. “Orientamos sobre os primeiros passos para a regularização. A partir daí, o casal contratou um responsável técnico, que providenciou as adequações necessárias para a fabricação e os trâmites junto ao Ministério da Agricultura. Também ajudamos na abertura de mercado. Eles participaram de várias feiras de agricultura familiar promovidas pela Emater-MG”, explica.

“A Emater-MG tem apoiado muito nossa expansão e inserção no mercado, com um trabalho de extensão e estruturação comercial. Ela tem aberto portas por meio de feiras, eventos e orientações sobre ações comerciais e de marketing”, afirma a produtora.

Ela relata que não tinha grandes expectativas ao participar do concurso, mas o reconhecimento obtido na Brasil Beer Cup foi um grande incentivo para continuar e expandir os horizontes. “A Ponto Eko é uma pequena kombucharia que valoriza insumos naturais e o cuidado na fabricação, sempre com o propósito de contribuir para o ecossistema humano”.

Brasil já tem muitas kombucharias

De acordo com a organização do Brasil Beer Cup, neste primeiro ano em que a kombucha participou da competição, 59 bebidas foram inscritas, divididas em 11 categorias. O Brasil foi o país com o maior número de kombuchas concorrentes, seguido pela Costa Rica e pelo Chile.

(*) Com informações de Marcelo Varella, da Emater-MG.

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.