Agro paulista soma superávit de US$ 21 bi e mantém força nas exportações em 2025

Estado ocupa o 2º lugar no ranking de maior exportador do agro

Complexo sucroalcooleiro foi responsável por 31,3% do total

O agronegócio paulista manteve um bom desempenho no comércio exterior, alcançando um superávit de US$ 21,07 bilhões no acumulado dos onze primeiros meses de 2025.

O saldo positivo é resultado de exportações que somaram US$ 26,35 bilhões e de importações que totalizaram US$ 5,28 bilhões. A participação das exportações do agronegócio paulista no total exportado pelo estado de janeiro a novembro de 2025 foi de 40,6%, enquanto as importações do setor corresponderam a 6,6% do total no estado.

O complexo sucroalcooleiro foi responsável por 31,3% do total exportado pelo agro paulista, totalizando US$ 8,2 bilhões. Deste total, o açúcar representou 93,0% e o álcool etílico, etanol, 7,0%. O setor de carnes veio logo em seguida com 15,2% das vendas externas do setor, totalizando US$4 bilhões, com a carne bovina respondendo por 85,1%.

Produtos florestais representaram 10,5% do volume exportado, com US$2,7 bilhões, com 56,2% de celulose e 35,1% de papel. Sucos responderam por 9,9% de participação, somando US$ 2,6 bilhões, dos quais 97,8% são referentes ao suco de laranja, e complexo soja teve participação de 8,6% do total exportado, registrando US$ 2,2 bilhões, 78,3% referentes a soja em grão e 16,1% de farelo de soja. Esses cinco grupos representaram, em conjunto, 75,5% das exportações do agronegócio paulista. O café aparece na sexta posição, com 6,2% de participação na pauta de exportações, somando US$ 1,6 bilhão, 76,7% referentes ao café verde e 19,5% de café solúvel.

As variações de valores, em comparação com o mesmo período do ano passado, apontaram aumentos das vendas para os grupos de café (+39,2%), carnes (+24,1%), complexo soja (+1,3%), e quedas nos grupos sucroalcooleiro (-29,6%), produtos florestais (-4,8%) e sucos (-4,9%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

Principais destinos das exportações do agro paulista

A China segue sendo o principal destino das exportações, com 24,4% de participação, adquirindo principalmente produtos do complexo soja, carnes, açúcar e florestais. A União Europeia vem em seguida com 14,3% de participação, e os Estados Unidos somaram 11,8% de participação.

O tarifaço norte-americano, iniciado em agosto, fez as exportações para o país apresentarem recuo de 14,6% agosto, 32,7% em setembro, 32,8% em outubro e 54,9% em novembro. Mesmo assim, o país continua sendo o terceiro maior comprador do agro de São Paulo.

“Até julho vínhamos com um resultado bastante positivo nas exportações para os Estados Unidos. Agosto ainda manteve o desempenho, mas a partir de setembro houve uma desaceleração que se acentuou em novembro. Essa queda foi parcialmente compensada por novos destinos de exportação, como China, México, Canadá, Argentina e União Europeia”, explicou o diretor da Apta, Carlos Nabil.

Com retirada das tarifas sobre determinados produtos brasileiros, a expectativa é de melhora no fluxo de embarques, mesmo que demore alguns meses para que haja uma normalização de contratos e exportações.

Participação paulista no agro nacional

No cenário nacional, o agronegócio paulista manteve posição de destaque, respondendo por 17% das exportações do setor no Brasil. Ocupa a 2ª posição no ranking, logo atrás do estado de Mato Grosso (17,3%).

“A projeção para 2026 depende muito do comportamento das principais cadeias produtivas. É algo que precisa ser analisado setor a setor, com base nas previsões específicas de cada safra.”, afirmou Nabil.

A análise da balança comercial do agronegócio paulista é elaborada mensalmente pelo diretor da Apta, Carlos Nabil Ghobril, e os pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Leia também

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

Ouvindo...