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Pistache que é sucesso no Brasil não tem produção nacional: entenda

Semente originária do Oriente Médio é uma das oito especiarias mais caras do mundo e tem feito a alegria dos pistachemaníacos de plantão

Sempre que encontrar pistache no supermercado ou numa sobremesa de dar água na boca, pode ter certeza: é importado. No Brasil não há produção dessa oleaginosa. A explicação, de acordo com estudo de professores da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP é que à primeira vista, a alta exigência de frio não recomendaria o cultivo do pistache no Brasil, cujas plantas demandam elevada quantidade de frio para seu adequado desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. Fato é que estudos para implantar o fruto no país não tiveram mesmo sucesso e em Minas não tem nenhuma iniciativa para introdução.

A única experiência para começar a produzir o fruto em nossas terras é do Ceará. Em 2022, a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (FEAC) começou um estudo a partir da importação do material genético do pistache, usado para elaborar o primeiro plantio respeitando as condições de clima e solo.

Passados dois anos a informação apurada por nossa reportagem, e confirmada pela assessoria da FEAC, é de que o projeto está temporariamente paralisado e não há previsão de retorno. “Foram feitos alguns testes iniciais, mas ainda sem resultados satisfatórios”, informou a assessoria.

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais ( SEAPA) informou em nota que não há registro de produtores, pelo menos em escala comercial, de pistache no Brasil.

Segundo dados de importação da Secretaria de Comércio Exterior, em 2023 o pistache teve crescimento de 97% em relação ao ano anterior. Ao todo, foram adquiridas 608 toneladas, o equivalente a US$ 8,8 milhões.

A Alessandra Diniz que é proprietária de uma sorveteria em Belo Horizonte disse que a procura só aumenta. “Nosso sorvete está sendo muito procurado, inclusive vamos aderir à cobertura de pistache porque tem muita gente procurando”, disse.

Fruto pode custar entre até R$ 250 o quilo

O queridinho nas confeitarias e sorveterias ‘casa’ muito bem com chocolate, avelã e outros doces e é uma das oito especiarias mais caras do mundo, ao lado do açafrão, do cardamomo e da fava de baunilha. Ou seja, pode sustentar sem modéstia o título de iguaria.

Uma rápida pesquisa na internet mostra que, no Brasil, o quilo pode custar de R$ 119 a R$ 250 para o consumidor final.

Iguaria está presente até em best-seller

O pistache é um tipo de noz que vem da Pistacia Vera, uma planta originária do Oriente Médio. É encontrado, principalmente, em áreas montanhosas da Síria, Turquia, Irã e Afeganistão, segundo um documentário da National Geographic Espanha sobre o alimento. Uma curiosidade é que no best seller “O Caçador de Pipas”, em que a história se passa no Afeganistão, o fruto volta e meia é citado na narrativa.

Três países dominam a maior parte da produção

Atualmente a maior parte da produção da oleaginosa está concentrada em três países: o Irã, os Estados Unidos e a Turquia. Somente os dois primeiros já são responsáveis por 75% do mercado do alimento que é famoso também por fazer bem pra saúde, pois é mais rico em betacaroteno e vitamina E, é até mais nutritivo do que outros tipos de nozes.

A história do pistache começa no Oriente Médio, mais precisamente na Síria e na antiga Mesopotâmia. Diz uma lenda que a Rainha de Sabá, conhecida como Makeda, exigia que toda a produção da semente fosse apenas para seu próprio uso e de seus admiradores.

Mas foi quando chegou à Itália, no entanto, que o pistache ganhou fama pelo mundo porque eles decidiram usar o ingrediente em algo que fazem como ninguém: o sorvete. A paixão dos italianos pelo pistacchio fez com que o nível de qualidade do insumo fosse elevado a um patamar ainda mais alto. Tanto que os cultivados na cidade de Bronte, região da Sicília, têm selo de denominação protegida (DOP) e foram batizados de ouro verde. O alimento já era consumido desde os anos 7000 a.C.

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Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia. Cobre as pautas de cidades e geral, com dedicação especial à Central de Trânsito. Antes da rádio de Minas, passou pela Rádio Band News FM e também pela BTN, onde cobriu o trânsito para várias rádios de BH e Brasília.
Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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