No Brasil, a
Leonardo Oliboni do Amaral, membro da Comissão Técnica da Associação Brasileira dos Produtores de Maças (ABPM), com sede em Vacaria, no Rio Grande do Sul (RS), explicou à Itatiaia que trata-se de uma cultura altamente tecnificada. Os produtores investem bastante em tecnologia com o intuito de melhorar ainda mais a qualidade das frutas, uma vez que, diferentemente, de commodities, como o milho e a soja, elas são classificadas e remuneradas de acordo com a qualidade que apresentam.
Frutas são separadas por categorias nos Parkings Houses
A classificação é feita em três categorias, chamadas de CATs 1, 2 e 3. Na Cat 1, entram as melhores maçãs, as mais vermelhas e sem defeitos. Na CAT 2, ficam as maçãs com pequenos defeitos e nem tão vermelhas (coloração intermediária) e na CAT 3 ficam as frutas que apresentam mais defeitos e menos coloração. As frutas que não se enquadram nessas 3 categorias ou não atingiram o peso mínimo para classificação, são destinadas à indústria de sucos, geleias e etc.
De acordo com Oliboni, essa separação é feita assim que as frutas recém-colhidas chegam ao Packing House porque o processo será determinante para saber em qual câmera fria ela ficará. Ainda na recepção, o lote é analisado com a coleta de amostras e feitos testes laboratoriais e análises físico-químicas para averiguar a qualidade das frutas.
Nas empresas de médio e grande porte, a separação inicial das frutas é feita por uma máquina que tira fotos das frutas e as classifica eletronicamente. “Elas passam por um leitor que faz uma pré-seleção para colocar as frutas na categoria correta”. Na sequência, ainda são submetidas a mais uma seleção. Desta vez, humana. Profissionais treinados separam manualmente as frutas e, a partir daí, elas vão direto para a refrigeração ou destinadas à indústria de sucos e geleias”, explicou.
Santa Catarina e Rio Grande do Sul entregam maçãs em todo país
Os dois estados produzem as variedades Gala e Fuji e distribuem para todo o país. De acordo com o membro da Comissão Técnica da ABPM, a maior parte das frutas é transportada em caminhões refrigerados, mas há uma pequena parte que não. E aí está o gargalo. “Esse é um ponto crítico que sempre tentamos orientar. O que acontece é que nem todos os compradores dispõem de uma estrutura de armazenagem até o consumidor final”, lamenta Olibone.
Fora das câmeras frias, acontece o reinício do processo respiratório e é, nesse momento, que as frutas podem perder qualidade. Mas, de acordo com o técnico, esses são casos pontuais. De modo geral, as tecnologias de armazenagem são respeitadas pelos compradores e as frutas chegam em perfeito estado à casa dos consumidores, 365 dias por ano.
Inverno deste ano foi melhor que o de 2023
A maior parte da produção de maçãs é destinada ao mercado interno
O ciclo da safra 2024/2025 está apenas começando, por isso ainda não é possível fazer uma previsão de quantas toneladas serão produzidas esse ano. Conforme a Associação Brasileira de Produtores de Maçã, a safra colhida no começo deste ano foi de 832 mil toneladas. A produção sofreu com as chuvas no segundo semestre do ano passado, o que resultou em uma queda no volume de produção. Apesar disso, os frutos colhidos apresentaram excelente qualidade.
Já o inverno deste ano é melhor que o de 2023 e não devemos enfrentar um ciclo extraordinariamente chuvoso como o da última safra, portanto a expectativa da Associação é de ter uma recuperação bastante expressiva do volume de produção.
O maior ano de produção foi 2017, com uma safra de 1,33 milhão de toneladas. Já o recorde de exportação foi em 2004, com 153 mil toneladas exportadas. É importante ressaltar que a maior parte da produção é destinada ao mercado interno.