Você já viu uma ‘vaca dálmata’? Uberlândia vai sediar exposição inédita de animal de pelagem rara

Variação de Nelore participa pela primeira vez de mostra realizada pelo Sindicato Rural de Uberlândia

Nelore de pelagem pintada chama a atenção por onde passa

A alusão ao termo ‘Dálmata’ é, claro, uma brincadeira, uma alusão à simpática raça de cachorros brancos com manchas pretas. O nome correto, no caso dos bovinos, é “Nelore Pintado”. Pela primeira vez, Uberlândia vai sediar uma Exposição Ranqueada do Nelore Pelagens integrando o Circuito de Exposições do Ranking Nacional Nelore 2023/2024. A promoção é da Associação Mineira de Criadores de Nelore (AMCN), da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e da Inovart Agro Eventos.

A mostra ocorrerá entre 30 de agosto e 7 de setembro durante a tradicional Exposição Agropecuária de Uberlândia - Camaru 60 Anos.

O gestor da AMCN, Loy Rocha, disse que a Associação cogitou fazer uma mostra única para o gado Nelore com julgamentos separados, mas eles acabaram decidindo realizar eventos paralelos para que o Nelore Pintado possa ser mais conhecido. Ele contou que a modalidade existe há muito tempo, mas havia ficado um pouco esquecida. A retomada dos cruzamentos e da valorização da característica aconteceu há cerca de dez anos. “Não sei dizer uma razão específica. Foi uma tendência de mercado que veio forte e agora vive um de seus melhores momentos”, comentou.

De acordo com o gestor, o rebanho total de Nelore no país oscila em torno das 240 milhões de cabeças. Dessas, estima-se que cerca de 25 milhões sejam de pelagem pintada. Com relação às principais características da raça como rusticidade, precocidade e resistência a pragas, não há variações. “A diferença é mesmo a beleza. Os ‘pelagem pintada’ chamam a atenção e enchem nossos olhos pelo prazer estético”. A expectativa é que a exposição receba entre 150 a 200 animais, vindos de várias partes de Minas e de São Paulo. “Mas adoraríamos ser surpreendidos com exemplares de outras partes do país”, admitiu.

Animal que participará da mostra: beleza e imponência

Os julgamentos serão conduzidos por Luiz Renato Tiveron, em modalidade de jurado único.

O criador Cléverson Alves da Costa, de Uberlândia, lembrou que o “Nelore Pintado, além de bonito, é a raça que mais cresce no país e tem trazido resultados espetaculares em termos de comercialização. “Parabéns ao evento e aos criadores”, disse.

Animal branco foi trazido da Índia

De acordo com informações da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), o animal branco foi trazido da Índia e rapidamente se popularizou devido à sua boa adaptação ao clima e resistência a pragas como o carrapato – grande inimigo dos rebanhos taurinos.

De acordo com levantamento da Embrapa, o primeiro Nelore vermelho do Brasil chegou ao país por acaso. Em 1906 foi importada uma novilha branca da Índia chamada Iraci. O animal estava fecundado e deu cria a uma bezerra vermelha que recebeu o nome de Itabira. Com o tempo, percebeu-se que ao cruzar Itabira com nelores brancos tradicionais alguns bezerros continuavam nascendo com pelagem vermelha até a idade adulta. O que mostra que existe um gene recessivo no Nelore, que pode originar um animal com variação de pelagem.

De acordo com o gestor da AMCN, Loy Rocha, os proprietários de animais com pelagens pintadas, naturalmente, já se preocupam em perpetuar a característica, por ser um item a mais de valorização da raça.

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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