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Abelhas sem ferrão atraem produtores, que vendem mel por até R$ 800 o litro

Brasil tem cerca de 300 espécies delas. Embora produzam menos mel, elas têm muitas vantagens em relação às ‘com ferrão’; saiba quais

Colmeia de abelhas sem ferrão: uma sociedade bem organizada

Em geral, elas são pequeninas, mas “parrudinhas” e de várias cores. No Brasil, há cerca de 300 espécies. E isso não é pouco: representa praticamente a metade de todas as espécies já identificadas no mundo!

A meliponicultura, que é o nome que se dá à atividade de criação dessas abelhas, também chamadas de nativas, está em franca expansão no Brasil, exatamente, pelo fato delas não serem agressivas, serem uma boa alternativa de renda e poderem ser criadas até mesmo em apartamento.

Cada colmeia rende entre 3 e 5 litros de mel por ano

Elas produzem menos mel do que as ‘com ferrão’

Embora produzam uma quantidade menor de mel, se comparadas às abelhas com ferrão, as nativas possuem inúmeras vantagens:

  • São mais amigáveis. Pode-se, por exemplo, andar por meio delas sem medo de levar uma ferroada.
  • O mel, por ser mais raro e mais rico em propriedades medicinais, também é mais valorizado no mercado, podendo chegar a R$ 800, o litro!
  • Diferente das abelhas com ferrão, que produzem o mel em favos, as nativas fazem o mel em pequenos potes, o produto é mais líquido, menos doce e os sabores e cores variam bastante, a depender da espécie e da florada.
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Colmeias podem ser manejadas até em apartamentos

A meliponicultura pode ser uma alternativa de renda interessante para produtores rurais ou até mesmo para quem mora nas cidades. Por não serem agressivas, as colmeias podem ser manejadas em casas sem quintal ou apartamentos.

Meliponário em Matozinhos comercializa mais de 20 espécies

Em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Meliponário Santa Rosa reproduz e comercializa mais de 20 espécies. Cerca de 90% da produção é da Uruçu Amarela, por ser mais produtiva. Cada colmeia rende entre 3 e 5 litros de mel por ano.

Pequena estrutura sombreada, abriga várias colmeias

Quanto custa uma colmeia?

  • Os preços de uma colmeia podem variar bastante. Segundo o proprietário do Meliponário Santa Rosa, Cezar Brandão Esteves, a mais barata é da abelha Jataí, cuja caixa no varejo custa em torno de R$ 200.
  • A colmeia da Uruçu Amarela, espécie mais comercializada pelo meliponário, custa entre R$ 500 e R$ 600.
  • Já as abelhas mais raras, como a Uruçu Capixaba, ameaçada de extinção, custa cerca de R$ 1,8 mil. “E temos aqui até a Uruçu Boi, que teve seu bioma dizimado e uma colmeia está em torno de R$ 12 mil”, complementa.
  • A Jataí é uma espécie presente em todo país e a mais recomendada para quem está começando na atividade. “A gente brinca que, do Oiapoque ao Chuí, tem Jataí. Recomendamos começar com ela, por ser uma abelha muito tranquila de lidar, resistente, autônoma e que se adapta bem a qualquer lugar, tanto no campo quanto na cidade”, conta a Isabela Teixeira Brandão Esteves, filha do casal Cezar e Jeane Carla Teixeira Bastos, proprietários do Santa Rosa.

(*) Com informações da Emater-MG.

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.