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Qual a ciência por trás da procrastinação?

Estudo explica os malefícios de deixar tudo para última hora

Telefone celular é um dos vilões na hora de procrastinar

Sabe aquele momento em que você está abarrotado de tarefas e opta por não realizar nenhuma delas? O famoso “deixar pra depois”? Esse fenômeno tem nome: procrastinação. O ato compulsivo interfere na saúde mental e na produtividade, gerando prejuízos acadêmicos, profissionais e pessoais.

Adiar entregas, perder prazos e deixar tudo para última hora pode gerar problemas sérios de saúde. Segundo uma pesquisa publicada em 2018 pela revista científica Psychological Science, existe um padrão para o procrastinador.

Participaram da pesquisa 260 pessoas, entre homens e mulheres. O estudo utilizou ressonância magnética funcional para concluir que a procrastinação pode ter alguma ligação com a amígdala, região do cérebro com participação fundamental no processamento das emoções.

Segundo Ana Carolina Souza, doutora em Neurociência Comportamental pela UFRJ, em entrevista à CNN, a amígdala está associada à nossa capacidade de autocontrole, de maneira que pode diminuir nossa habilidade de filtrar emoções e estímulos que distraem e resultam na baixa eficiência na regulação do nosso comportamento.

Ainda segundo Souza, alguns estudos já mostraram inclusive que procrastinadores crônicos possuem alterações cerebrais que indicam uma capacidade de autocontrole reduzida, o que dificulta lidar com distrações tanto internas quanto externas e controlar as respostas emocionais que podem levar a condutas impulsivas.

“Muitas pessoas têm dificuldade de controlar os padrões automáticos de procrastinação, sendo julgadas e criticadas socialmente como menos competentes e/ou engajadas. Essas pessoas se cobram por não conseguirem cumprir seus objetivos ou progredir em seus planos pessoais e profissionais, trazendo grandes impactos sobre autoestima e satisfação na vida”, afirma Ana.

Algumas dicas para evitar o comportamento são:

  • Identificar gatilhos e juntá-los às tarefas: compreenda o que gera a procrastinação e tente associar os gatilhos nas tarefas do dia a dia, como levar uma companhia para conversar enquanto realiza as compras do mercado, ou ouvir música enquanto lava vasilhas.
  • Criar um prazo real: evitar se cobrar, apenas estipule uma meta possível de ser realizada dentro da sua realidade
  • Dividir a tarefa bruta em etapas menores: quanto mais complexa, maior é a tendência de procrastinar. Por isso, estabeleça pequenas metas para que o trabalho seja feito pouco a pouco.
  • Organizar a rotina: se você é uma pessoa mais produtiva pela manhã, comece o dia com as tarefas mais complexas e deixe as mais simples para a parte da tarde. Faça o inverso se funcionar melhor para você.
  • Atividades e sono regulados: que tal trocar o intervalo de tempo mal investido por uma tarefa prazerosa que faça bem para a saúde? Atividade física, esporte, leitura, dormir bem, e manter uma alimentação saudável ajudam a manter os níveis de dopamina saudáveis.
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Giovanna Damião é jornalista da televisão, digital e do rádio. Desde 2020 como social media e redatora na televisão e, mais recentemente, atuando como apresentadora e repórter da editoria de cultura. Com versatilidade no jornalismo, caminha pela música, eventos, esportes e entretenimento.