Obesidade abdominal aumenta risco de doenças graves e preocupa especialistas

Acúmulo de gordura visceral pode elevar chances de diabetes, infarto e até alguns tipos de câncer mesmo em pessoas com peso normal

A obesidade localizada na região abdominal deixou de ser vista apenas como questão estética e passou a ser tratada como sinal de alerta por profissionais de saúde. O excesso de gordura no abdômen, cada vez mais comum entre adultos, está ligado a um risco maior de desenvolver doenças graves, o que reforça sua relevância para a saúde pública.

Especialistas explicam que, mais importante do que o peso total, é a forma como a gordura se distribui pelo corpo. A gordura acumulada na barriga pode passar despercebida, mas provoca impactos profundos e amplamente documentados. Reduzir esse acúmulo tornou-se uma medida essencial para diminuir a ocorrência de problemas de saúde.

Esse cenário afeta tanto pessoas com sobrepeso quanto aquelas que mantêm um índice de massa corporal dentro do padrão considerado saudável. A condição pode surgir em qualquer fase da vida adulta, principalmente quando hábitos como alimentação desequilibrada, sedentarismo e consumo de álcool ou tabaco estão presentes.

O que é a obesidade abdominal

O termo se refere ao excesso de gordura acumulada no abdômen. Existem dois tipos principais: a gordura visceral, que envolve órgãos internos como fígado e intestinos e é considerada a mais perigosa, e a gordura subcutânea, localizada sob a pele e responsável por cerca de 90 por cento da gordura corporal em grande parte da população.

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O método mais utilizado para identificar a obesidade abdominal é a medição da circunferência da cintura. A condição costuma ser considerada presente quando a medida ultrapassa 88 centímetros em pessoas designadas mulheres ao nascer e 102 centímetros em pessoas designadas homens ao nascer. Especialistas destacam, porém, que esses valores podem variar entre diferentes grupos étnicos. A obesidade abdominal também pode ocorrer mesmo em indivíduos com IMC normal, o que aumenta o risco cardiovascular.

Principais causas

Alimentação inadequada

Dietas ricas em produtos processados, açúcar, gorduras e bebidas adoçadas favorecem o acúmulo de gordura abdominal. Pesquisadores recomendam reduzir o consumo de gorduras saturadas e eliminar totalmente gorduras trans artificiais, comuns em produtos de padaria industrializada e fast food.

Tabagismo

Embora o cigarro não esteja diretamente associado ao aumento geral de peso, estudos mostram que fumantes tendem a apresentar maior quantidade de gordura visceral, sugerindo ligação com a obesidade abdominal.

Consumo de álcool

A relação entre álcool e obesidade abdominal varia, mas o consumo elevado de bebidas alcoólicas, associado a sedentarismo, pode favorecer o ganho de gordura na região da barriga. O álcool também contém muitas calorias, o que facilita o aumento de peso.

Sedentarismo

A falta de atividade física está amplamente ligada ao acúmulo de gordura abdominal. Profissionais recomendam ao menos 150 minutos semanais de exercícios, o equivalente a 30 minutos por dia durante cinco dias.

Outros fatores como estresse, predisposição genética e condições de saúde como síndrome dos ovários policísticos também podem contribuir para o quadro.

Impactos na saúde

A gordura visceral acumulada ao redor dos órgãos internos está associada a maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência, asma, câncer de mama e câncer colorretal. O acúmulo também aumenta as chances de doenças hepáticas e morte súbita. Por isso, a detecção precoce e a redução da gordura abdominal são essenciais para melhorar a qualidade de vida.

Para prevenir o problema, especialistas recomendam adotar uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, evitar o tabagismo e manter ao menos sete horas de sono por noite para adultos de 18 a 60 anos.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação Duo, FBK, Gira e Viver.

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